A decisão do governo de taxar em 2% as aplicações estrangeiras na Bovespa e nas aplicações de renda fixa é inócua, na opinião do ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega. Para ele, a medida, anunciada ontem (19) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, terá efeitos a curto prazo.
“O Brasil tem de esquecer essa história de controlar câmbio. Câmbio é coisa passageira. A decisão tem repercussão na opinião pública. Os exportadores se sentem mais confortáveis, mas é inócua para dentro do processo de valorização cambial”, disse ao chegar para audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos no Senado.
Para o ex-ministro, a tendência de valorização do real é mais forte e, a longo prazo, é necessário investir em infraestrutura e na reforma de instituições. “O governo vai se dar conta de que é algo temporário”, disse. “Mesmo assim, mais grave que IOF, é a sugestão de tributar exportação da Vale”, completou.
Maílson da Nóbrega criticou declarações de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendia fazer com que a mineradora Vale, entrasse para o setor de siderurgia. “É uma empresa privada bem-sucedida. A Vale estatal já era eficiente, depois de privatizada, é inimaginável que não saiba o que é melhor para ela.”
O ex-ministro participa, no Senado, de audiência pública sobre o marco regulatório do pré-sal.