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Política

Relator da CPMI do Cachoeira diz que Gurgel pode se explicar por escrito

O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG) disse nesta quinta-feira (10) que espera explicações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a respeito da demora em oferecer denúncia contra os indiciados nas operações Vegas e Monte Carlo. Os autores dos requerimentos para sua convocação alegam que ele recebeu os inquéritos das operações, da Polícia Federal, em 2009, e não ofereceu denúncia. Odair ponderou que essas explicações não, necessariamente, devem ser feitas de forma presencial, admitindo até que ele se explique por escrito.

“O que a CPMI deseja é uma explicação. A forma da explicação é o menos importante. O mais importante é o conteúdo das respostas. Qualquer cidadão que está investido em um cargo público precisa prestar esclarecimentos. É natural isso. Não queremos criar um cavalo de batalha em torno desse tema”, destacou o relator.

O relator evitou comentar as declarações do procurador que considerou que as críticas por sua decisão de não aceitar o convite feito pela CPMI para que ele preste esclarecimentos venham de pessoas interessadas em desmoralizá-lo por causa do julgamento do mensalão. “O que nós queremos são respostas. E faz parte do nosso processo de investigação. Questões subjetivas não nos interessam”, disse o relator, que negou existir uma “crise” entre a CPMI e o Ministério Público.

“Não há crise nossa em relação ao Ministério Público. O Ministério Público cumpre papel fundamental no Estado brasileiro, é uma instituição que precisa ser fortalecida. Mas, como toda instituição pública, tem compromissos públicos, e a gente espera essa resposta”, declarou.

Na quarta-feira (9), Gurgel chegou a dizer que as críticas partiam de “pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão”. No julgamento desse processo, previsto para ocorrer ainda este ano, Gurgel será o responsável pela acusação dos 38 acusados de envolvimento no suposto esquema de compra de apoio político no Congresso durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ação aguarda apenas a conclusão do processo pelo ministro-revisor, Ricardo Lewandowski.