Desde o início da preparação para o Campeonato Mundial, técnico e jogadoras da seleção brasileira de vôlei estavam com o discurso alinhado. Todos sabiam que seria um torneio intenso e desgastante. Agora, depois das nove vitórias em nove jogos, a equipe está a dois passos do título inédito. Para conquistar o mundo, o primeiro desafio tem de ser superado neste SÁBADO (13.11), na semifinal contra o Japão, a partir das 7h (de Brasília), no Yoyogi National Stadium, em Tóquio. A partida terá transmissão ao vivo das TVs Globo e Bandeirantes e do canal Sportv.
“Fizemos uma campanha excelente até aqui. Enfrentamos adversários difíceis, que nos fizeram suar a camisa, mas vencemos. Foram nove jogos em 12 dias. Agora, temos que subir mais dois degraus. Teremos um jogo duríssimo contra o Japão. Todo cuidado é pouco. No Grand Prix, elas nos superaram na fase final. As japonesas estavam com muita vontade de vencer o Brasil, o que não acontecia havia muito tempo. Entraram determinadas e comemoraram muito. Para isso não acontecer de novo, teremos de manter os pés no chão e entrar muito focados”, alertou o técnico José Roberto Guimarães.
Há quatro anos, também no Japão, mas na cidade de Osaka, a seleção brasileira decidiu o título mundial com a Rússia. Na final, o time verde e amarelo perdeu por 3 sets a 2. Do grupo atual, seis jogadoras participaram da campanha de 2006 – Fabi, Fabiana, Sassá, Jaqueline, Sheilla e Carol Gattaz -, mas elas garantem que não pensam no que passou.
“2006 faz parte do passado. O grupo é outro e a situação também. Estou focada no presente. Vamos nos esforçar ao máximo para passar do Japão e lutar pelo título contra Rússia ou Estados Unidos”, comentou a capitã Fabiana.
“Tenho orgulho de ter feito parte da equipe no Mundial de 2006. Mas agora o momento é outro e o grupo também. Não existe essa de aumentar a vontade de conquistar o título porque perdemos da última vez. Queremos muito este título porque sabemos que é muito importante para o Brasil, porque trabalhamos muito durante o ano todo e sabemos que temos condições de vencer. Estamos muito felizes pela oportunidade de disputar mais um Mundial”, completou a líbero Fabi, jogadora mais experiente da seleção.
Se por um lado o Brasil chegou à decisão na última edição do Mundial, por outro o Japão não sabe o que é disputar uma semifinal da competição desde 1982. Agora, 28 anos depois, a seleção asiática, tricampeã mundial (1962/1967/1974), volta a figurar entre as principais equipes do planeta. Por isso, Fabi aponta a motivação extra das adversárias como mais uma dificuldade no confronto.
“Brasil e Japão se enfrentaram muitas vezes e se conhecem bem. As japonesas têm a velocidade e a defesa como as principais características. Contra elas, temos que ter paciência e tranquilidade. Temos que sacar bem para dificultar o passe adversário e prejudicar a armação das jogadas. É sempre um jogo muito difícil. Além de tudo, elas estão em casa, com o apoio da torcida e muito motivadas, já que não chegavam às semifinais há mais de 20 anos”, disse Fabi.
Para enfrentar o Japão, o técnico Zé Roberto terá todo o grupo à disposição. Depois de sofrer com as contusões da levantadora Fofão e da central Fabiana durante o Mundial de 2006, o treinador comemora a boa condição física das jogadoras na competição deste ano.
“Agora a história é diferente. O clima é outro. No último Mundial, a Fofão e a Fabiana se machucaram e não puderam estar em quadra durante toda a competição. Hoje, está todo mundo bem. Uma dor aqui, outra ali, mas nada preocupante. Estou mais tranquilo em relação à integridade física das jogadoras. Isso é muito importante”, encerrou o treinador.
O vencedor do confronto entre Brasil e Japão decidirá o título com Rússia ou Estados Unidos, que disputam a outra semifinal a partir das 4h (de Brasília).