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Alagoas

Estado reforma entidades de recuperação de dependentes químicos

Centro atende a dependentes químicos de todo o estado

As entidades de tratamento a dependentes químicos beneficiadas pelo projeto Acolhe Alagoas, da Secretaria de Estado de Promoção da Paz (Sepaz), já iniciaram as reformas físicas e ampliação de sua estrutura. Uma das metas do projeto, onde R$ 2,908 milhões estão sendo investidos pelo governo do Estado, é estruturar as entidades para o acolhimento de mil internos até o final deste ano.

“A construção de 618 novos leitos está garantida, mas com as reformas e a boa aplicação das verbas podemos chegar a atender até mil dependentes químicos”, explicou Jardel Aderico, que deixou o cargo de secretário de Estado de Promoção da Paz na última quarta-feira (11).

Antes do projeto, as 14 comunidades terapêuticas acolhiam aproximadamente 250 dependentes químicos. Hoje, elas tratam mais de 430 pessoas. As taxas cobradas pela reabilitação, que eram pagas pela família do dependente às comunidades, agora são cobertas pelo governo do Estado. Os recursos vêm do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep) e são aplicados em capacitação técnica, pesquisa, reformas estruturais, aquisição de bens físicos e manutenção das comunidades.

A abertura do Centro de Acolhimento para Pessoas com Dependência Química também foi viabilizada pelo projeto. A casa, inaugurada no dia 21 de junho, já recebe cerca de 50 pessoas por dia para a triagem e encaminhamento às instituições acolhedoras. A estrutura do centro permite que uma equipe multidisciplinar concentre todos os exames no mesmo lugar, desde a avaliação psicossocial às coletas de sangue, que são enviadas ao Laboratório Industrial Farmacêutico de Alagoas S.A (Lifal) para análise clínica.

“Isso evita que a gente ‘perca’ o paciente, o que pode acontecer caso a família precise percorrer várias clínicas antes de enviá-lo à comunidade terapêutica”, ressalta Jardel. Nos casos que não necessitam internamento, é oferecida orientação e apoio às famílias, a fim de que elas aprendam a lidar com o problema e possam resolvê-lo de outra forma.

Alagoas é o primeiro Estado do Brasil a implantar um centro desta natureza. “O governo de Alagoas teve coragem e responsabilidade. No início, a mídia não entendeu a importância da Sepaz. Hoje se vê o grande trabalho que está sendo realizado”, avaliou Aderico.

As comunidades participantes do projeto são: Lar Santo Antônio de Pádua; Centro de Assistência Social Betesda; Projeto Sarar; Associação Nova Jericó; Renascer; Associação São Miguel Arcanjo; Casa de Restituição Shalon – Cares e Fazenda Vida Nova – Comunidade Kerygma; Casa do Bom Samaritano; Centro de Recuperação Social de Alagoas – Desafio Jovem; Obra Social Nossa Senhora da Glória – Fazenda Esperança Santa Terezinha e Poço das Trincheiras; Secretariado e Assistência Social Juvenópolis e o Instituto de Capacitação e Recuperação Yobel.

Anjos da paz – O sistema de atendimento conta com a equipe dos “Anjos da Paz”, profissionais que se deslocam até a residência do dependente químico para iniciar o processo de avaliação e triagem. A visita é feita àqueles que relutam em procurar ajuda. Para acionar a equipe, basta ligar para o número 0800 28 09 390, que também funciona como canal de esclarecimento e orientação.

“Geralmente, é a família que entra em contato conosco”, conta a assistente social Lideilma Alves. A reabilitação dura de 6 a 12 meses. Nesse período, os familiares participam de grupos de autoajuda, para aprender a lidar com a situação.

O centro funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, na rua Silvério Jorge, nº 500, atrás do Museu Theo Brandão.