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Negócios/Economia

Empresários atingidos por enchentes em Alagoas ainda não tiveram crédito liberado

Enchentes destruíram várias cidades

Os superintendentes do Banco do Nordeste, Caixa Econômica e Banco do Brasil confirmaram que os créditos ainda não foram liberados para os empresários vítimas das enchentes, ocorridas no último mês de junho, em decorrência da morosidade do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O atraso foi discutido por representantes das agências bancárias, comerciantes e o governador Teotonio Vilela Filho.

O crédito direcionado a esses empresários em 95% corresponde até R$ 50 mil. São juros de 5,5% ao ano com prazo de pagamento de 120 meses e carências de dois anos. De acordo com o superintendente da Caixa Econômica Federal em Alagoas, Gilberto Occhi, os R$ 250 milhões disponibilizados pelo Governo Federal ainda não foram liberados pela demora do BNDES.

Segundo Occhi, dois contratos na Caixa de Pernambuco foram autorizados nesta terça-feira, 17. Na Caixa em Alagoas, são 130 operações tramitando e 40 no BNDES que aguardam liberação. O superintendente do BNB, Expedito Neiva, classificou a liberação de créditos como um “ritual complexo”. Já o superintendente do Banco do Brasil, Álvaro Tieppo, fez um breve histórico e lembrou que a linha de crédito chegou para ser disponibilizada no dia 21 de julho.

Regras de operação de crédito do BNDES não são emergenciais

Para Tieppo, o maior gargalo é que as regras de operação de crédito adotadas pelo BNDES são normais e não emergências como a situação exige. No entanto, Tieppo apontou outra dificuldade. Desta vez, com alguns proponentes que é a restrição cadastral e a falta de documentos.

O superintendente do Sebrae, Marcos Vieira, admitiu que os superintendentes dos bancos fazem o possível, mas o BNDES não é um banco preparado para trabalhar esse número de operações. “O drama está aumentando porque as pessoas não estão conseguindo o crédito e a economia fica prejudicada”, observou. A proposta de Vieira é uma nova Medida Provisória para tornar a linha de crédito emergencial, sugestão que conta com apoio do presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL), Wilton Malta.

“A tragédia aconteceu há dois meses. Os avanços aconteceram em outras áreas com a liberação de recursos, a exemplo do que aconteceu para a reconstrução em infraestrutura, saúde e educação, mas para os empresários até agora nada”, lamentou Wilton Malta. O governador Teotônio Vilela afirmou ter comunicado o fato ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e à ministra da Casa Civil, Erenice Alves Guerra, sobre os empecilhos e a falta de definição para atender aos empresários.