O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das doenças que mais mata no mundo, sendo responsável por 10% do total de óbitos e 40% das aposentadorias precoces no Brasil, além de ser a maior causa de incapacitação da população na faixa etária superior a 50 anos, informa o Ministério da Saúde.
Dores de cabeça súbita e sem causa aparente, dificuldade na fala e dormência nos membros podem ser sintomas de derrame cerebral, como é popularmente conhecido o AVC. “Se não matar, o derrame pode impor restrições para o resto da vida do paciente”, diz a neurologista Eliane Moreira Medeiros.
Segundo a literatura médica, a idade – a partir dos 70 anos – é o único fator que não pode ser evitado. “Os demais podem ser prevenidos ou tratados”, orienta Eliane Medeiros, citando a hipertensão arterial, o diabetes, a obesidade, o tabagismo, sedentarismo e o estresse como os principais vilões do derrame.
Além dessses fatores, a especialista faz um alerta importante dirigido às mulheres com idade entre 25 e 40 anos. “Nessa faixa etária, as mulheres que fumam e usam anticoncepcional têm mais chances de sofrer um AVC do que aquelas que estão fora deste grupo de risco”.
O acidente vascular cerebral mais frequente, respondendo por cerca de 85% dos casos, é o AVC isquêmico (AVCi). Caracterizado pela interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro por um coágulo (trombo), o tipo isquêmico mata menos, porém, deixa mais seqüelas nos pacientes. Menos frequente, o AVC hemorrágico (AVCh) responde pelos outros 20% dos casos e caracteriza-se por uma ruptura no vaso sanguíneo na região encefálica, formando um hematoma e provocando aumento na pressão intracraniana. Diferente do isquêmico, o AVCh mata a maior parte de suas vítimas.
Prejuízo
Segundo o Datasus, a cada ano são registrados no Brasil cerca de 90 mil óbitos por doenças cerebrovasculares. Somente o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou em 2008 cerca de 200 mil internações por AVC, que resultaram em um custo de R$ 270 milhões para os cofres públicos. Desse total, 33 mil casos evoluíram para óbito.
O AVC traz prejuízos também para as instituições que atendem aos pacientes com derrame cerebral. A Santa Casa de Maceió, por exemplo, atendeu 84 pacientes pelo Sistema Único de Saúde entre janeiro e agosto último, desembolsando R$ 9.427,00, em média, por paciente. O problema é que a instituição recebeu do SUS apenas R$ 2.519,00, em média, por paciente. Resultado: um prejuízo total de R$ 580.272,00 somente nos primeiros oito meses do ano.