O problema da violência que domina o Estado foi, mais uma vez, amplamente discutido no plenário da Assembleia Legislativa durante a sessão ordinária desta quarta-feira, 21. O assunto foi levantando pelo deputado Temóteo Correia (DEM), que se mostrou bastante preocupado com a atual formação do Conselho Estadual de Segurança. Segundo o parlamentar o atual presidente do Conselho, o procurador federal aposentado Delson Lira, mostrou desconhecimento ao questionar o delegado geral da Polícia Civil, Marcílio Barenco, se o número de homicídios realmente está associado ao tráfico de drogas em Alagoas.
“Fico preocupado com esse desconhecimento do presidente do Conselho de Segurança. Porque entendo que o doutor Delson Lira precisa estar focado, ter mais determinação para estar à frente de um órgão como esse”, disse Correia, ressaltando que o questionamento feito pelo presidente do Conselho Estadual de Segurança é do conhecimento de todos no Estado. “A violência, sem dúvida nenhuma, está associada ao tráfico de entorpecentes”, reforçou o democrata.
Temóteo Correia destacou ainda o fato de o delegado geral da PC, Marcílio Barenco ter admitido que é preciso melhorar a estrutura do aparelho policial do Estado e da necessidade de uma delegacia especializada no combate ao narcotráfico. “De acordo com a Constituição Federal a obrigação precípua do combate ao tráfico de drogas é da Polícia Federal, não da Polícia Civil”, informou o parlamentar, observando que a PF não tem atuado como deveria, uma vez que a mesma não tem estrutura por falta de investimentos por parte do governo federal.
“Não vemos atuação nenhuma da PF na apreensão de drogas ou que prendeu algum traficante. O governo federal precisa ampliar o quadro de agentes e de delegacias”, completou Temóteo Correia.
Em aparte, o deputado Gilvan Barros (PDT) se associou ao discurso do colega de plenário e lamentou que o governo, de um modo geral, não tem conseguido sucesso no combate e controle da criminalidade.
Segurança Particular
O deputado Antonio Albuquerque (PT do B) cobrou uma presença maior das polícias nas ruas e criticou a atuação do Conselho de Segurança do Estado. “Desconheço a produção do Conselho. Nem ao menos conheço os nomes de seus componentes”, criticou Albuquerque. O parlamentar fez as declarações depois que o deputado Jeferson Moraes (DEM) disse que o Conselho atualmente serve apenas para destinar segurança particular a autoridades. E criticou: “Até tirou a segurança particular da juíza Nirvana de Melo, que atuou num caso de repercussão nacional, envolvendo prostituição no interior do Estado”, afirmou Moraes.