A Universidade Bandeirante (Uniban) de São Paulo anunciou na tarde de hoje (9) que decidiu rever a expulsão da aluna Geisy Arruda, que foi hostilizada e perseguida por estudantes por vestir uma saia curta no dia 22 de outubro. A assessoria da Uniban informou que apenas amanhã (10) será divulgado um esclarecimento da nova decisão.
No começo da noite de hoje, estudantes realizaram uma manifestação em frente ao campus da Uniban em São Bernardo do Campo (SP), onde Geisy estuda e teve os problemas no mês passado. Os protestos deram continuidade às reações muito negativas que começaram no fim de semana.
A expulsão da estudante foi divulgada por meio anúncios pagos na edição de domingo de grandes jornais de São Paulo. “Foi constatada atitude provocativa da aluna, que buscou chamar a atenção para si por conta de gestos e modos de se expressar”, diz a nota da Uniban. A instituição considerou ainda que a atitude dos outros alunos foi apenas uma “reação coletiva de defesa do ambiente escolar”.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) condenou de imediato a medida e disse que tentaria conseguir uma bolsa de estudos para a estudante em outra instituição. Ainda ontem (8), a ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), classificou de absoluta intolerância e discriminação a decisão da Uniban.
Hoje, o Ministério da Educação e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também cobraram explicações e manifestaram estar preocupados com a expulsão da aluna. Diante da repercussão e da gravidade do caso, o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo disse que abriria um inquérito para apurar o caso.
“O que se espera de uma universidade é que ela tenha condições de formar cidadãos. No presente caso, é bastante preocupante a postura da Uniban, que pode indicar que ela não está preocupada com essa formação integral. Além disso, aparentemente, a vítima foi transformada em culpada sem que tivesse a condição de expor a sua versão dos fatos”, disse o MPF, por meio de nota.