A Copa do Mundo de 2026 pode parecer distante, porém os recentes desapontamentos da Seleção Brasileira em competições mundiais, juntamente com o término da gestão de Tite marcada por várias mudanças de comando, já começaram a suscitar incertezas entre os torcedores. Será que agora, sob a liderança de Dorival Júnior, a equipe pode fortalecer sua defesa e almejar o tão sonhado hexacampeonato?
Veja uma análise mais profunda sobre o que podemos esperar deste futuro próximo.
O que esperar de Dorival Júnior?
A carreira de Dorival é marcada por altos e baixos. Estreando como treinador ainda em 2002, começou a ganhar maior notoriedade nacional ao assumir o Santos, em 2009. À frente do time da baixada santista, conquistou um Paulistão e uma Copa do Brasil, ambos em 2010.
Porém, foi também no time alvinegro onde Dorival entrou em rota de colisão com Neymar. Após se desentender com o então camisa 11 do Peixe, o treinador afastou o jogador de um clássico contra o Corinthians, o que não agradou a diretoria e resultou em sua demissão, ainda em 2010.
Depois, Dorival fez bons trabalhos em times como Internacional e Galo, mas sem títulos de expressão. Foi com o Flamengo em 2022 que o treinador voltou de vez aos holofotes conquistando a Libertadores e a Copa do Brasil. No ano seguinte, ganhou de novo o torneio nacional, só que com o São Paulo.
Em suas passagens recentes, Dorival chamou a atenção pelo bom relacionamento com os jogadores, capaz de unir bem o grupo em prol dos objetivos. Em termos táticos, é bastante flexível, gostando de priorizar a defesa mesmo em times mais ofensivos. Por isso, tende a se adaptar bem à variedade de nomes oferecida pela Seleção.
Assim, não é esperado que o time dê ‘show’ como tanto pedem os brasileiros. Na verdade, a equipe de Dorival deve priorizar a consistência tática e buscar não tomar grandes sustos, ainda que utilizando bem seus atacantes. De toda maneira, o Brasil mostra força para brigar pelo protagonsimo mundial.
O primeiro grande teste: a Copa América de 2024
Em menos de seis meses após a sua efetivação no cargo, Dorival já terá um grande desafio pela frente: superar o favoritismo da Argentina para a Copa América em 2024. Os maiores rivais chegam embalados pela conquista no Qatar e com a segurança da continuidade do trabalho de Scaloni, desde 2018 no cargo, bem diferente do histórico recente do Brasil.
Para o torneio, ainda não contará com Neymar, que só retornará aos gramados a partir de agosto. Além disso, pega um trabalho quebrado pela inconsistência do ano de 2023, considerado como ‘perdido’ pelas trocas de comando.
E são justamente tais inconsistências que diminuem o favoritismo do Brasil, como indica o mercado de apostas esportivas. Pela Novibet, a Argentina tem odds de 2.80 para vencer o torneio, o que reforça a maior confiabiliade na equipe.
A Seleção, por sua vez, não está tão longe, com cotações de 3.25 em casas como a Sportingbet, uma das líderes no mercado brasileiro. O Uruguai traz odds de 7.00 na betboo, bem distante do topo dos favoritos para as apostas a longo prazo no torneio.
Em sua estreia pela Seleção, Dorival conseguiu deixar uma boa impressão. Com um time bastante desfalcado, conseguiu potencializar o futebol de Rodrygo e encontrou boas soluções para o meio-campo. Além disso, deu minutagem para Endrick brilhar em solo europeu.
Assim, com as boas atuações recentes, o treinador conseguiu diminuir a desconfiança, e os maiores testes poderão ser feitos nos amistosos pré-Copa América, em que o time irá encarar México e Estados Unidos antes de estrear contra a Costa Rica.
Os futuros jogadores: quem vestirá a Amarelinha?
Em seu ciclo pré-Copa, Dorival terá ao menos dois anos e meio para encontrar o time. A geração traz uma mescla de jovens e experientes que pode ser interessante para o trabalho.
Em relação aos veteranos, poderá contar com Alisson, Éderson, Marquinhos, Casemiro e o próprio Neymar. Os jovens destaques são Vini Jr., Rodrygo e Endrick. Além disso, outros bons nomes chamam a atenção e buscam espaço, como Murillo, Lucas Beraldo e João Gomes.
Em um meio termo, há tantos atletas que brigam por espaço, como Vitor Roque, Douglas Luiz, Richarlison, Bruno Guimarães, Gabriel Martinelli e Paquetá. E sempre espera-se outros nomes que podem surgir até 2026, visto que o futebol brasileiro é sempre vasto para formar atletas, como o jovem Estevão que vem ganhando espaço no Palmeiras tricampeão paulista.
O grande problema ainda se encontra nas laterais, já que ninguém convenceu totalmente para assumir a titularidade. Até lá, Dorival terá que encontrar opções e tomar decisões.
Os grandes adversários: quem será o maior desafio na Copa de 2026?
No que se refere ao favoritismo para a Copa do Mundo, a situação é bem diferente, mostrando que as casas de apostas confiam que o Brasil irá ganhar força com o trabalho de Dorival Júnior.
Por isso, o favoritismo para o Mundial de 2026 está dividido entre a Seleção Brasileira e a Francesa, ambas com odds de até 7.00 em casas como a Sportingbet. Ainda com 28 anos a completar em 2026, Mbappé é o principal nome dos franceses.
A Inglaterra entra no top 3 das favoritas, com cotações de até 8.00 na Betfair, uma das casas mais midiáticas do mercado. Os britânicos apresentam uma boa junção de jovens com veteranos, principalmente com nomes fortes como Saka, Kane e Bellingham.
A grande desconfiança em cima da campeã Argentina é em relação com o enfraquecimento da forma física de Messi, que ainda não é presença garantida em 2026. As cotações para os hermanos são de 10.00 em casas como a BetWarrior.
Por fim, outras seleções também podem sonhar com a Copa, casos de Espanha, Alemanha e Portugal, que apresentam odds de 11.00, 12.00 e 15.00, respectivamente nas principais casas do mercado.
A lógica das casas de apostas segue bem o que o mercado do futebol espera do Brasil. Na Copa América poderá ainda não ser possível observar os impactos do trabalho de Dorival Júnior, mas para os próximos anos, a tendência é de que a equipe cresça e ganhe forma.
Então, o que esperar?
Até diferentemente do que muito se comenta, a safra de jogadores do Brasil é competente. De fato, a Seleção ainda não conseguiu se encaixar, sobretudo após a saída de Tite. Espera-se também que o time possa encontrar boas opções de jogadores até a Copa, mas não dá pra dizer que a seleção não tem suas boas valências.
O treinador Dorival Júnior deve dar um pouco mais de tranquilidade à frente do time, sobretudo pela sua personalidade de blindar os jogadores e organizar a casa. A Copa América dará uma boa tônica sobre a competitividade da Seleção Brasileira, enquanto também vale a pena ficar de olho na Euro 2024, que acontece simultanemante e traz a campo os grandes adversários para 2026!