Além da dor de perder um ente querido, famílias alagoanas estão tendo que conviver com uma situação atípica. Os corpos que estão sendo encaminhados ao Instituto Médico Legal de Maceió para serem submetidos a exames necropsiais não estão sendo liberados pela ausência de legistas, já que os dezesseis profissionais da área que atuavam na capital alagoana paralisaram as atividades de forma definitiva na manhã desta quinta-feira, 21 de junho.
O novo diretor do Instituto Médico Legal Estácio de Lima, em Maceió, o médico Luiz Correia Antônio Mansur concedeu entrevista coletiva na manha desta quinta, 21, para falar sobre a crise pela qual o instituto vem passando. O órgão antes era comandado pelo experiente médico legista Gerson Odilon, que diante do colapso do IML de Maceió, pediu exoneração do cargo.
Para Mansur, a culpa do caos existente nos Institutos Médico-Legais do estado é de governantes passados que, segundo ele, não realizaram os investimentos necessários para sanar os problemas que se arrastam por muitos anos, mas tem se agravado veemente nos dias atuais, prejudicando parte da população que em momentos de muita tristeza e dor precisam dos serviços do órgão.
Em outra parte da entrevista, o novo diretor do instituto declarou que apoia a luta da categoria, mas que é preciso encarar a situação de frente para que soluções sejam tomadas o mais rápido possível. Os servidores reivindicam, além de melhorias na parte estrutural do prédio, a concessão de reajuste salarial, já que o Governo do Estado informou recentemente que não tinha como aumentar os subsídios dos legistas de imediato.
Questionado sobre a permanência de corpos no IML, médico Luiz Correia informou que eles serão liberados assim que forem submetidos aos procedimentos legais, acrescentando que as famílias não precisam se desesperar, pois em outros países alguns corpos demoram semanas para serem sepultados. “O Estado tem um prazo máximo para liberar os corpos, e nós vamos respeitar esse prazo”, finalizou.