Uma cerimônia oficial consolidou, na quinta-feira (25), em Brasília, a criação da Rede de Aquicultura das Américas. O ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin, assinou o título
de adesão de 22 países participantes.
Durante dois dias, representantes das três Américas e do Caribe debateram o estatuto, investimentos e a gestão do novo órgão. O Brasil foi escolhido país-sede e presidente da Rede
pelo período de quatro anos.
O ministro afirmou que o Brasil, como país sede, reafirma a política em apoiar e desenvolver ações de cooperação entre as Américas. Ele acrescentou que a expectativa dos países com o funcionamento da Rede é trocar tecnologias e experiências não apenas para alavancar a atividade comercial, mas também para utilizar a aquicultura na luta contra a fome.
Países confirmados
Foram convidados 35 países que integram a América Central, do Norte, do Sul e Caribe. Destes, os países que confirmaram a adesão à Rede de Aquicultura são: Uruguai, Paraguai, Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Guiana Francesa, Panamá, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Belize, Cuba, Trinidad y Tobago, República Dominicana, México, Haiti e Canadá.
Aquicultura no Brasil
No Brasil, 30% do pescado vêm da aquicultura, produção de peixes em
cativeiro. “A aquicultura familiar vem crescendo ano a ano e temos uma boa diversidade de espécies com alta aceitação comercial”, afirmou o ministro.
Ele citou também os avanços no setor, como a Cessão de Águas da União, em que rios, mares e reservatórios são demarcados e transformados em parques aquícolas para produção de diversas espécies. Por meio do programa, em funcionamento desde 2008, famílias de agricultores, pescadores artesanais, assentados e atingidos por barragens recebem gratuitamente títulos para usar um lote de água por até 20 anos, com licença ambiental, outorga da Agência Nacional de Águas e autorização da Marinha.
Já foram implantados 42 parques aquícolas em seis reservatórios de cinco estados. Segundo o ministro, a política de cessão de águas na União para os pequenos produtores teve repercussão internacional.
“O continente quer saber como a gente fez, além disso, temos muito a aprender com outros países, como o Chile e o Equador, por exemplo, que são grandes produtores aquícolas”, finalizou.