
Wilma Nóbrega diz que o incentivo à leitura deve começar na gestação
Falta pouco para a Bienal Internacional do Livro de Alagoas. A abertura acontece nesta sexta (30), a partir das 19h. Serão mais de 130 estandes, com a participação de grandes editoras e de escritores renomados, inclusive de outros países.
O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), é parceiro dessa iniciativa. No espaço da Cultura, acontecerão lançamentos de 97 obras. Todos os dias, pela manhã e à tarde, será desenvolvida uma programação exclusiva para o público infantil.
Pela primeira vez, o evento vai ser palco para o V Encontro Estadual do Proler, o III Encontro de Gestores de Bibliotecas Públicas e o II Fórum do Plano Estadual do Livro e da Leitura, com a presença confirmada de centenas de participantes.
Para contar mais sobre a Bienal e a participação da Secult na feira, fizemos uma entrevista com a bibliotecária Wilma Nóbrega, coordenadora do Sistema Estadual das Bibliotecas Públicas (SBP). Ao lado de Maria Luiza Russo, diretora da Biblioteca Pública Estadual (BPE), ela trabalha nas ações da Cultura no evento.
Como vai ser a quarta edição da Bienal Internacional do Livro de Alagoas?
Wilma Nóbrega — A Bienal em Alagoas cresceu muito esse ano, principalmente em relação aos eventos e editores participantes. Teremos o V Encontro Estadual do Proler, o III Encontro de Gestores de Bibliotecas Públicas e o II Fórum do Plano Estadual do Livro e da Leitura. Serão discutidos a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e o intercâmbio entre Brasil e África, além de outros seminários e mesas-redondas. Esse ano, no Proler, já tivemos a confirmação de centenas de participantes, inclusive de Estados vizinhos. Nós começamos a divulgação em julho.
Qual será a participação da Secretaria de Estado da Cultura nessa bienal?
Wilma Nóbrega — A Secult entrou como parceira. O secretário Osvaldo Viégas acredita que esse é um momento oportuno para que os alagoanos se aproximem da literatura — por meio do contato direto com autores e oficinas variadas. No nosso espaço, iremos tratar do incentivo à leitura desde a gravidez à terceira idade. O hábito da leitura pode começar a qualquer tempo. Teremos uma oficina direcionada aos adolescentes, pais e professores dessa turma, a Dê um Susto em seus Pais: Leia um Livro. Eu tive essa experiência na minha casa. Tenho dois filhos: a Bárbara e o Lucas. A menina, com 17, sempre gostou de ler. Já o meu filho, era arredio. Agora, com 19 anos, ele tem me surpreendido com a leitura de até três livros por mês.
Como será o espaço da Secult no evento?
Wilma Nóbrega — Todos os dias, nós teremos pela manhã e à tarde, uma programação infantil. À noite, acontecem os lançamentos dos livros, dos mais variados estilos. São 97 obras. Temos títulos de cordelistas, historiadores, jornalistas. Será feita também uma homenagem aos 144 anos da Biblioteca Pública Estadual e à escritora alagoana Ruth Quintella.
Qual a expectativa para a realização da quinta edição do Encontro do Proler, o Plano Nacional de Incentivo à Leitura em Alagoas?
Wilma Nóbrega — Serão realizados debates sobre a multiculturalidade, com enfoque no acesso à leitura pelos índios e negros. Teremos também a troca de experiência entre os municípios. As bibliotecas públicas municipais já não têm o aspecto de antigamente. Não são mais ambientes escuros, com livros entulhados. Temos ótimos exemplos. Em Junqueiro, a biblioteca se transformou em centro cultural, com exibição de filmes e teatro. Arapiraca, Teotônio Vilela também têm espaços modernos. Em São Sebastião, eles fizeram o Quintal da Leitura, com uma árvore enorme, bancos e muita cor. A Secretaria da Cultura, por meio do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, acompanha a implantação e modernização desses centros. O Ministério da Cultura também investe nessa área. Por isso, é importante que os gestores municipais participem desse encontro, fiquem atentos às novidades.
Além do Proler, serão realizados outros dois encontros — de Gestores de Bibliotecas Públicas e Plano Estadual do Livro e Leitura. Qual vai ser o ponto principal desses debates?
Wilma Nóbrega — Com o a realização do II PELL — Plano Estadual do Livro e Leitura, será lançada uma cartilha para a criação dos planos municipais do livro e leitura. Todos devem estar presentes. Convidamos os segmentos da cadeia criativa, produtores e mediadores do livro em Alagoas. A partir dessa discussão, montaremos uma proposta de dar uma cara à leitura em Alagoas. Esse fórum acontece no dia 5 de novembro, Dia Nacional da Cultura.
Como fazer da leitura um hábito dentro de casa, você teria algumas dicas?
Wilma Nóbrega — Desde a gravidez, as mães devem ler para o bebê, já na barriga. Antes de dormir, os pais devem contar histórias, estimular a imaginação dos pequenos. Deixe os livros em locais de fácil acesso. Não adianta colocá-los no lugar mais alto da estante. Para os menores, apresente os livros de pano e de plástico. Existem obras maravilhosas para crianças e adolescentes, que tratam sobre as mudanças no corpo e valores morais. Eu indico a coleção Criança Criativa, composta de livros, DVD e bonecos. Teremos esse projeto no estande da Secult. Importante também: seja um exemplo. É fundamental que tanto a mãe quanto o pai leiam revistas, jornais e livros.