
Dona Maria ganhou os animais que vão ajudar em sua renda familiar
A criação de cabras é uma atividade com custos menores em relação à criação de gado de leite, o aumento do rebanho é mais rápido, uma vez que o período de gestação é menor, e o preço pago pelo litro de leite é maior.
E quem cria esses animais sabe que a produção de leite em Alagoas ainda é pequena para atender toda a demanda, principalmente por parte das prefeituras, interessadas em incluir o produto na merenda escolar, e do Estado, que compra o leite de cabra por meio do Programa do Leite.
Para estimular essa produção e gerar renda para agricultores familiares, o Programa Alagoas Mais Ovinos fez a entrega de 160 cabras em dois municípios do semiárido. Desse total, 80 foram para agricultores dos assentamentos Pacu e Machado, na zona rural de Pão de Açúcar. A entrega ocorreu no sábado, dia 7, e beneficiou pelo menos 20 famílias.
Uma das contempladas com a entrega das cabras foi Maria José da Conceição Santos. Ela recebeu quatro animais e disse que já possuiu outras cabras antes. “Eu criei meus filhos com esse leite”, lembrou. Assim como todos os moradores da agrovila composta pelos assentamentos Pacu e Machado, ela também planta milho, feijão, palma e capim.
As outras 80 cabras foram destinadas a agricultores de Delmiro Gouveia, e cada uma das famílias beneficiadas recebeu quatro animais. Também foram repassados dois bodes reprodutores para cada um dos grupos atendidos.
Coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), até o final desta primeira fase o programa vai entregar a agricultores familiares do Sertão mais de 5 mil animais, a maioria deles ovelhas mestiças da raça Santa Inês e 177 reprodutores puros de origem (PO).
Segundo o secretário Jorge Dantas, os assentamentos Pacu e Machado terão assistência técnica específica pelo programa e um módulo demonstrativo de palma superadensada, que servirá também para produção de semente. “O Alagoas Mais Ovinos tem um investimento de quase R$ 3,5 milhões”, detalhou.
De acordo com o superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Seagri, Edson Maruta, os agricultores que receberam os animais têm um prazo de carência de dois anos para, em seguida, devolver um animal por ano.
“As cabras devolvidas serão repassadas a outras famílias, que não foram contempladas nesta primeira fase”, explicou, salientando que os animais entregues estão marcados com um número de patrimônio e não podem ser vendidos, trocados nem abatidos.