Numa das partidas mais emocionantes da Copa do Mundo, a toda poderosa Itália, atual campeã mundial, foi derrotada pela Eslováquia por 3 x 2 e disse adeus à África do Sul. Pela primeira vez na história das Copas, os selecionados que decidiram a competição anterior, são eliminados logo na fase classificatória do torneio seguinte. A França já está em casa desde ontem (23/06) e a Itália está arrumando as suas malas para retornar ao “Velho Continente”.
O JOGO
Precisando de uma vitória, Lippi sacou Gilardino do ataque e escalou Di Natale, artilheiro da Série A Italiana com a Udinese. Também reforçou o meio campo com a entrada de Gattuso. O técnico da Eslováquia, Vladimir Weiss tirou seu filho, o meia Weiss Júnior, e o atacante Sestak e colocou Kucka e Jendrisek.
A Eslováquia começou melhor a partida. Tocava mais a bola, mas tinha dificuldades em chegar à meta de Marchetti. A Itália, por sua vez, tinha problemas em ligar a defesa ao ataque e apelava para o chutão. Montolivo e Pepe não conseguiam armar as jogadas para Iaquinta e Di Natale, que por vezes tropeçaram na bola.
O ataque italiano já não funcionava. E a defesa, sempre elogiada, resolveu falhar. De Rossi errou um passe na saída de bola. Kucka dominou na intermediária e lançou Vittek na cara do gol. O atacante chutou no cantinho, sem chance para Marchetti. 1 x 0.
Aos 34, Strba bateu falta de longe em jogada ensaiada e Marchetti espalmou para fora. A melhor chance da Itália veio numa cabeçada do mesmo Strba, que afastou uma bola para escanteio que passou perto do gol.
No final do primeiro tempo, Vittek driblou o zagueiro na entrada da área e ajeitou para trás. Kucka emendou um sem pulo e a bola bateu na rede pelo lado de fora.
ALTERAÇÕES NA SEGUNDA ETAPA SENSACIONAL
A Azurra voltou para o segundo tempo modificada. Lippi tirou o obtuso e violento Gattuso, que já havia tirado sangue de Strba em uma dividida no final do primeiro tempo, e colocou o atacante Quagliarella. Na defesa, sacou o lateral Criscito e pôs Maggio em campo.
Aos 10, Maggio achou Di Natale livre na área. O artilheiro não justificou a pressão por sua escalação. O chute saiu tosco, reto, longe da meta de Mucha. Lippi então apelou para Pirlo, talvez o único que pudesse criar algo no nulo meio campo italiano.
Aos 21, a Itália acordou. Pepe levantou a bola na área. No rebote, Quagliarella bateu e Skrtel tirou em cima da linha. Os italianos alegaram que a bola havia ultrapassado a linha, mas o juiz mandou seguir.
A Eslováquia respondia nos contra-ataques, Stoch recebeu belo lançamento de Hamsik, tirou Cannavaro, mas chutou para fora.
SÓ EMOÇÃO
Outro duro golpe veio aos 28. Hamsik cruzou após bola rebatida de escanteio. Chiellini não acompanhou e Vittek – o novo artilheiro da Copa ao lado de Higuaín – se antecipou para mandar ao fundo do gol. O que era drama virava tragédia. 2 x 0.
A Itália diminuiu aos 36. Quagliarella fez bela tabela com Iaquinta e chutou na entrada da área. No rebote, Di Natale marcou. 2 x 1.
A Azurra então foi para o abafa. Pra azar dos italianos, Quagliarella marcou aos 40, mas o bandeira assinalou impedimento.
Aos 42, Kopunek, que quase substituiu Strba quando este foi lesionado por Gattuso, finalmente entrou em campo, no lugar do mesmo Strba. Em seu primeiro toque na bola, antecipou a defesa italiana numa cobrança de lateral e encobriu Marchetti. 3 x 1.
O árbitro resolveu dar quatro minutos de acréscimos. A Itália estava morta? Não. Aos 47, Quagliarella mandou na gaveta de Mucha, fazendo o gol mais bonito dessa partida emocionante. 3 a 2.
A Eslováquia fazia cera. A Itália lutava. No último lance, Chiallini cobrou o lateral para a área. Pepe chutou a classificação para fora. Itália eliminada. Eslovacos choraram de alegria. Os italianos, de tristeza. “Mamma mio”, que decepção.
FICHA TÉCNICA
Eslováquia 3 x 2 Itália
Eslováquia: Mucha, Pekarik, Srktel, Durica e Zabavnik; Strba (Kopunek), Kucka, Stoch e Hamsik; Jendrisek (Petras) e Vittek (Sestak) Técnico: Vladimir Weiss
Itàlia: Marchetti; Criscito (Maggio), Chiellini, Cannavaro e Zambrotta; Montolivo (Pirlo), Gattuso (Quagliarella) e De Rossi; Pepe, Iaquinta e Di Natale.
Técnico: Marcello Lippi.
Gols: Vittek, aos 25 minutos do primeiro tempo e aos 28 do segundo; Di Natale, aos 36, Kopunek, aos 44 e Quagliarella, aos 46.
Cartões amarelos: Strba, Vittek, Pekarik, Mucha (ESL), Cannavaro, Chiellini, Pepe (ITA).
Estádio: Ellis Park, Joanesburgo (AFS).
Data: 24/06/2010.
Árbitro: Howard Webb (ING).
Assistentes: Darren Cann (ING) e Michael Mullarkey (ING).