
Por mais de três anos, o holandês Yvo de Boer atuou com afinco na luta contra o aquecimento do clima e suas temidas consequências para o mundo. Agora, acaba de anunciar que vai deixar a batalha – ao menos à frente de seu antigo cargo, o de secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática.
De Boer renunciou nesta quinta-feira e deixará o posto no dia 1º de julho para se integrar a um grupo da consultoria alemã KPMG, além de assessorar universidades. “Foi uma decisão difícil, mas acredito que o momento é certo para eu assumir um novo desafio, trabalhando com clima e sustentabilidade com o setor privado e o mundo acadêmico”, disse em comunicado.
O anúncio chega dois meses depois da cúpula de Copenhague, realizada de 7 a 19 de dezembro de 2009, vista como uma decepção – e até mesmo como um fracasso – por muitos de seus participantes.
De Boer defendia a criação de um novo tratado internacional para reduzir as emissões mundiais de gases causadores do efeito estufa, e que fosse capaz de ajudar países mais pobres a se adaptarem ao impacto do aquecimento global.
Embora a habilidade de negociador deste discreto diplomata holandês de 55 anos tenha sido fundamental para reunir os 194 países membros do IPCC na mesma mesa de discussões, seu cargo não contava com o poder necessário para impor decisões.