Spray de neve ou de espuma é perigoso pelo fato de causar irritação
Além de confetes e serpentinas, muitas pessoas, principalmente as crianças, insistem em brincar o carnaval com sprays de espuma durante a passagem dos blocos. Para garantir uma diversão segura, a Vigilância Sanitária Estadual alerta sobre os cuidados necessários com essas brincadeiras da folia.
Com preços acessíveis, o spray de espuma tem demanda crescente durante o período de carnaval. “As crianças são as maiores consumidoras da neve de espuma. Ao comprarem a fantasia, os pais já inserem o produto nas compras, a pedido dos pequenos”, informou o vendedor Cláudio Pereira.
Foi assim que aconteceu com a cabeleireira Luzia Ferreira. Durante as compras para as festas carnavalescas, o filho Flávio Gabriel Lima colocou na cesta o spray de espuma. “É a primeira vez que vou levar esse spray para ele, porque sempre tive receio de que algum ruim pudesse acontecer”, relatou Luzia Ferreira.
O spray de neve ou de espuma é perigoso pelo fato de causar irritação na pele e nos olhos, se permanecer muito tempo no local onde fez contato. Estudos ainda comprovaram a existência de substâncias químicas nocivas ao organismo como o gás butano, que pode causar asfixia.
“Principalmente quando a espuma acaba, e as pessoas continuam a ejetar, torna-se muito perigoso, porque o que sairá do recipiente é o gás. Isso pode desenvolver reações alérgicas na pele, na vista e internamente”, explicou o diretor Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Bezerra.
Ainda segundo Paulo Bezerra, caso a pessoa seja atingida pela espuma, o local deve ser lavado. “A recomendação é lavagem imediata com água abundante. No caso do carnaval, quando as pessoas estão na rua, a recomendação é utilizar água mineral ou procurar a emergência”, orientou o diretor.
Os principais perigos do spray de espuma são, desde o risco de explosão por conta de temperatura elevada, problemas dermatológicos – como irritação na pele, e conjuntivas – como nos olhos e boca, além de problemas respiratórios em geral.
Serpentina – Conhecidas nas decorações das festas de carnaval, as serpentinas também fazem parte das brincadeiras que podem se tornar perigosas. Isso porque as serpentinas metálica e mista são feitas de aço e podem atingir um fio de alta tensão, ocasionando a morte de pessoas, eletrocutadas.”Esse fato aconteceu em 2012, no Sul do país e vitimou, fatalmente, 17 pessoas com o choque. A recomendação é utilizar a serpentina comum, feita de papel, que não oferece riscos aos foliões”, explicou Paulo Bezerra.
Legislação – Em Alagoas não existe lei que impeça a venda do spray de espuma. No Nordeste, apenas os Estados de Pernambuco e Paraíba proíbem a venda do produto. A determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é de que os fabricantes podem comercializar o produto, desde que descrevam na embalagem as instruções de uso.
De acordo Paulo Bezerra, a Anvisa determina ainda que as Vigilâncias Sanitárias Estaduais tomem as providências necessárias quanto ao uso e comercialização do produto. “O spray de espuma é um risco à saúde das pessoas. Se os pais lerem as instruções na embalagem, não entregarão o produto aos filhos”, alertou.