Conheci a colonial São Cristovão, em Sergipe, no inícios dos anos oitenta, voltando de um carnaval passado em Salvador. Na época nem me interessava tanto pelo período colonial do Brasil, mas fiquei encantado com a beleza histórica da cidade e da Praça São Francisco. Lembro que cheguei à praça, com o sol a pino, por volta do meio dia e, debaixo de um sombreiro mexicano, que até tento recordar onde adquiri, e, me detei no lado da sombra da bela igreja da praça. Depois é que fiquei sabendo que aquela praça representa um conjunto arquitetônico singular no Brasil, já que erigido na vigência da chamada União Ibérica, quando Portugal esteve sob domínio espanhol (1580/1640) e, por extensão, sua colonia americana (Brasil).
A praça foi erigida de acordo com as instruções urbanísticas das Ordenações Filipinas, sendo única em solo brasileiro. Preservada pelas gerações em todos estes séculos, a Praça São Francisco simboliza um importante período da história humana.
São Cristovão é uma das quatro cidades mais antigas do Brasil e foi a primeira capital de Sergipe, fundada no ano de 1590, na época de domínio da dinastia filipina sobre toda a península ibérica e suas colônias espalhadas pelo mundo.
Vivas, portanto ao povo de São Cristovão, que agora passa a ter um a Praça São Francisco como Patrimônio Cultural da Humanidade, ao lado de mais dezessete bens brasileiros. Ao parabenizar a velha cidade colonial da antiga Capitania de Sergipe Del Rey, lanço o olhar sobre nossa Penedo e fico triste com a degradação do patrimônio arquitetônico e cultural desta muy leal e volorosa Vila do Penedo do Rio São Francisco.