No dia em que o acidente com avião do voo JJ 3054, da TAM, completa quatro anos, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, assinou um protocolo de intenções para a construção de um memorial às 199 vítimas da maior tragédia da história da aviação nacional. O memorial ficará ao lado do Aeroporto de Congonhas, onde existia um prédio da TAM que foi destruído pela colisão do Airbus. No fim da tarde de 17 de julho de 2007, o avião, depois de pousar, deslizou pela pista do aeroporto sem conseguir frear, atravessou a área do terminal, atingiu o edifício e pegou fogo.
A assinatura do protocolo foi durante uma cerimônia realizada, neste domingo (17), no local da colisão. Kassab disse que deve ser iniciada, no mês que vem, a licitação para a obra do memorial. “O nosso trabalho será para que no dia 17 de julho do ano que vem nós possamos ter esta mesma cerimônia já com a praça pronta”, disse.
O projeto do memorial é do arquiteto Marcos Cartum. Ele prevê a construção de uma praça redonda, com uma árvore no centro, protegida por uma mureta com os nomes de todas as vítimas do acidente. A árvore já existia antes do acidente e resistiu à colisão do avião. Segundo Cartum, ela será um símbolo da força da vida no memorial às vítimas.
O presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo TAM JJ3054 (Afavitam), Dario Scott, declarou que o local onde será construída a praça é sagrado para ele e os demais parentes dos mortos no acidente. Por isso, comemorou o compromisso sobre memorial. “É muito importante para nós a edificação do memorial onde a gente possa nos reunir anualmente”, disse.
Scott ressaltou, porém, que a Afavitam preferia que, em vez do memorial, fosse construída uma escola técnica em segurança no transporte aéreo. Ele revelou que isso chegou a ser sugerido à prefeitura e ao governo de São Paulo, mas a ideia acabou não sendo acatada.
Mesmo assim, de acordo com Scott, a Afavitam continua negociando a construção da escola. Para a associação, a escola é importante porque pode colaborar para a prevenção de acidentes aéreos. “Isso tem tudo a ver com momento que o país se encontra”, disse. “Precisamos de pessoas especializadas e qualificadas para que tenhamos cada vez mais segurança no transporte”, completou.