Passados dois meses das enchentes que devastaram cidades do interior de Alagoas, a rotina nas localidades atingidas pela catástrofe começa a voltar ao normal. Várias frentes foram criadas para agilizar o processo de reconstrução e amenizar o sofrimento das pessoas obrigadas a começar do zero toda uma história de vida.
As ações que beneficiam a população dos municípios atingidos já começaram a acontecer, dinamizadas por meio do Programa da Reconstrução do governo do Estado. Acampamentos provisórios já estão sendo montados e as famílias começam a ser transferidas dos abrigos, em sua maioria escolas da rede de ensino público, para as barracas adquiridas pelo Estado (5 mil unidades) ou doadas por entidades (600 unidades).
4.123 pessoas atingidas pela enchente em Branquinha
No município de Branquinha, onde praticamente toda a cidade foi levada pelas águas do Rio Mundaú, 4.123 pessoas ficaram desalojadas, desabrigadas ou deslocadas. O abastecimento de água da cidade está sendo normalizado com a recuperação das tubulações, mas a população ainda conta com o apoio de carros-pipa.
Já foi montado um acampamento provisório com 152 barracas individuais, ou seja, uma barraca por família, doadoas pelo Clube Rotary Internacional. O acampamento possui banheiros, iluminação e aguarda-se a instalação de uma cozinha comunitária. As três refeições diárias são fornecidas pelo governo do Estado e a prefeitura local. No mesmo terreno onde o acampamento foi montado será reconstruída a nova cidade, longe das margens do Rio Mundaú, e o processo de terraplangem do terreno já começou.
11 mil pessoas perderam a casa em União dos Palmares
Já em União dos Palmares, 11 mil pessoas perderam suas casas e para o município foram destinadas 643 barracas para a montagem de acampamentos provisórios, mas estima-se que apenas 350 serão utilizadas.
O prefeito da cidade, Areski Freitas, explica: “Não será necessária a montagem de todas as 643 barracas, pois a maior parte das pessoas que perderam suas casas preferiram se instalar em casas de parentes e amigos”. O processo de montagem das barracas está sendo lento devido ao tempo instável que paira sobre a região. Cerca de 90% das aulas do município já voltaram a acontecer.
Acampamento com 481 barracas em Murici
Em Murici, há um acampamento composto por 481 barracas individuais, banheiros e iluminação. As refeições também são fornecidas pelo governo do Estado e pela prefeitura local. Na última quinta-feira (19), o Comitê de Análise de Projetos Habitacionais aprovou a construção de 2.238 habitações, divididas em dois conjuntos: o residencial Presidente Lula, com 1.053 unidades, e o residencial Olavo Calheiros, com 1.275 unidades.
O Comitê de Análise também já aprovou os projetos habitacionais para os municípios de Rio Largo, Quebrangulo e Cajueiro, os trabalhos de limpeza e terraplanagem dos terrenos já estão sendo executados.
Em Rio Largo, 307 casas serão construídas no conjunto Bosque dos Palmares; 201 em Quebrangulo, no residencial Frederico Maia; e 177 em Cajueiro, no conjunto Antonio Palmery Soriano Melo. O início das obras das unidades habitacionais em todo o Estado está previsto para o final do mês de agosto.