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Maceió

Violência das torcidas gera preocupação na Câmara de Maceió

A realização da partida entre CRB e ASA no fim de semana motivou a Câmara Municipal de Maceió a alertar para a violência provocada pelas torcidas organizadas e a cobrar medidas eficazes para resolver o problema. O vereador Zé Márcio (Pros) relatou, que mesmo sendo torcedor do CSA, foi ao estádio no domingo para prestigiar a semifinal do alagoano e por poucos centímetros não foi acertado por uma pedra atirada da torcida alvinegra. Ele demonstrou repúdio aos cânticos das organizadas que de forma ofensiva atacam a moral e incitam ainda mais a violência.

Zé Márcio afirmou que, apesar da violência no futebol ser um tema antigo, o envolvimento de jovens com essas entidades aumentou muito nos últimos anos. Para ele, há exemplos antigos na história do futebol brasileiro e mundial de atos de violência entre torcedores, como os hooligans na Inglaterra. Para ele, a novidade seria o crescente envolvimento de jovens em torno de uma organização que defende a violência antes mesmo do amor ao clube de coração.

A vereadora Fátima Santiago (PP) lembrou que, no pensamento de grande parte da população, as torcidas organizadas são instituições tomadas pela criminalidade. Na avaliação da vereadora, esse julgamento acontece devido ao sucessivo número de episódios de violência protagonizados pela Mancha Azul e pela Comando Vermelho. Ela lamentou a situação e demonstrou preocupação com os jovens que estão envolvidos com essas organizações.

Já o presidente da Câmara Municipal de Maceió, vereador Chico Filho (PP), avaliou que a situação só será amenizada quando for criada uma cultura de paz entre os torcedores, mas que para isso seria necessário investir antes em políticas de prevenção de conflitos. Como exemplo, a criação de um sistema de identificação dos torcedores para evitar que pessoas com histórico de envolvimento em atos de vandalismo tenham acesso aos estádios.

Frequentador de estádios, Chico falou sobre a realidade na Bahia e no Rio de Janeiro, onde as torcidas são isoladas até mesmo no trânsito ao estádio. Ele reforçou que os hooligans foram banidos em toda Europa, mas demoraram mais de 20 anos para serem extintos depois de uma dura política de repressão iniciada com sucessivas tragédias no futebol inglês.