Na próxima terça-feira, 18, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realizará o V Fórum Jarede Viana. O evento irá discutir e refletir sobre como combater a violência contra a mulher. Os grupos considerados mais vulneráveis, a exemplo dos indígenas, quilombolas e comunidade gay serão o foco dos debates.
Logo no início, haverá uma palestra ministrada pela historiadora, conselheira nacional de saúde e articuladora da Liga Brasileira de Lésbicas, Verônica Lourenço, sobre mulheres e políticas de equidade na contramão da violência.
Em seguida acontece o debate sobre o tema “Identidades Diversas – Diálogos Estratégicos sobre Violência”, com as presenças de Edlene Nunes, militante feminista e representante da Associação Remanescente do Quilombo e de Natasha Kiss, representante do movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT). O debate terá ainda a presença do cacique do povo Katokin de Pariconha, Nina Katokin, além da mediação da assistente social Ana Pereira.
No segundo horário, será realizada uma roda de conversa sobre violência contra os povos indígenas. Na oportunidade haverá interface entre negritude e os desafios da lesbianidade e transexualidade.
Além das palestras e debates, o fórum também irá realizar homenagens às mulheres de destaque na luta por equidade de direitos das minorias. O V Fórum pretende reunir 150 participantes, entre profissionais da saúde, servidores públicos, estudantes e mulheres da sociedade civil.
De acordo com a gerente de Políticas de Equidade da Sesau, Margareth Magalhães, o objetivo é incentivar uma política de igualdade. “Iremos voltar nosso olhar para segmentos específicos como mulheres vivendo em situação de extrema pobreza, lésbicas e negras. Com isso estaremos buscando incentivar uma política de equidade para que se enfrente a violência, seja ela física, simbólica, subjetiva ou institucional”, destacou Margareth.
Homenagem
Jarede Viana foi uma professora e representante ativa na luta pelo direito das mulheres em Alagoas, destacando-se como militante da Ação Popular – organização política de esquerda, ligada à Igreja Católica, onde se engajou na luta contra o regime ditatorial. Como professora, Jarede Viana teve uma carreira de destaque no curso de pedagogia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e no Instituto Federal de Alagoas (Ifal), além de participar da fundação da União das Mulheres de Maceió (UMMA), e de ter sido vereadora de Maceió.
A política e educadora também se destacou como coordenadora estadual da Marcha Mundial das Mulheres e pelo Trabalho realizado à frente da Secretaria de Promoção do Turismo de Maceió. Jarede Viana morreu em 7 de setembro de 2008, vítima de um câncer no intestino e permanece como um dos maiores ícones na luta contra o preconceito e pela ampliação da justiça social em Alagoas.
