Os movimentos sociais ligados à Via Campesina em Alagoas, juntamente com sindicatos, centrais sindicais e pastorais urbanas, realiza nesta sexta-feira, 20, uma manifestação pelas ruas de Messias, aproximadamente 26 km da capital Maceió, na Zona da Mata Norte. A concentração acontece em frente à rodoviária, no Centro da cidade, e pretende lembrar que entre os dias 1 e 7 de setembro acontece a consulta popular pelo Limite da Propriedade de Terra.
O plebiscito é uma iniciativa do Fórum Nacional pela Reforma Agrária e contra a Criminalização no Campo, do qual fazem parte diversos movimentos com representatividade no Estado, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entre outros. É um instrumento de consulta à população previsto pela Constituição, mas pouco utilizado no atual sistema democrático para orientar as decisões políticas do país.
Assim como as consultas públicas realizadas por intermédio do Estado, a exemplo do referendo sobre o desarmamento realizado em 2005, plebiscitos de iniciativa popular têm mobilizado a sociedade civil em torno de temas relevantes para o país. Desde o fim dos anos 90, a população já pode se manifestar sobre a implementação da Área da Livre Comércio das Américas (Alca), o pagamento das dívidas públicas e a restatização da Vale.
Em Alagoas, as entidades da sociedade civil vêm se organizando há meses para por em prática o plebiscito e coletar o máximo de votos possível, em diversos pontos de votação. Estão mobilizados sindicatos, movimentos populares, estudantis e outros em todas as regiões do Estado, abrindo publicamente o debate em torno da questão agrária em Alagoas, onde, segundo o professor Dr. Sávio de Almeida (Ufal), “o ‘agralismo’ funda o poder local”, sustentado a base de pistolagem e clientelismos “desde o regimento de Tomé de Souza” até os dias de hoje,
