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Esporte

Vexame em Maceió: Jogo é suspenso por falta de desfibrilador

CRB deve perder os pontos por falta de desfibrilador

A partida entre CRB e Fortaleza, válida pela Copa do Nordeste e que começou a ser disputada na noite de ontem, teve que ser interrompida no seu transcorrer, por conta da ausência de uma ambulância com desfibrilador, aparelho exigido pelo Estatuto do Torcedor.

Aliás, a noite começou bem bagunçada no Rei Pelé. Imaginem que os times ficaram perfilados para a execução do hino nacional, mas após alguns minutos, isso não aconteceu, para frustração dos jogadores que aguardaram para ouvir o nosso hino. Primeiro vexame alagoano da noite.

Posteriormente, a partida teve início e o Galo praiano abriu o placar, com um gol de Edmar e aí mais coisas negativas aconteceram, para manchar ainda mais a imagem do nosso Estado. Se é que isso é possível.

Quando tudo parecia correr bem, a única ambulância presente ao Trapichão precisou socorrer um torcedor que se feriu com um sinalizador. Como, erradamente, só tinha essa ambulância no estádio, a partida foi novamente paralisada aos 20 minutos. Mais um vexame da “Terra dos Marechais”. Vários torcedores perderam a paciência e começaram a deixar as dependências do Rei Pelé, todos revoltados com a falta de organização na partida.

“Nem parece uma partida de futebol profissional. A diretoria do CRB tem culpa e não respeita o torcedor. O CRB é um time sem comando”, disse o torcedor Francisco José de Oliveira, de 71 anos, enquanto se preparava para deixar o estádio.

Três minutos depois, uma ambulância de menor porte chegou ao estádio, mas não tinha desfribilador e o árbitro Suelson Diógenes não autorizou o reinicio da partida. Vinte e quatro minutos depois, a novela se repetiu. Chegou uma outra ambulância, mas sem o desfribilador, e a situação ficou tensa entre o árbitro Suelson Diógenes, que procurou manter a regra, e alguns membros da comissão técnica do CRB, que não concordavam com a situação, mostrando profundo desconhecimento das regras do Estatuto do Torcedor. Novo vexame alagoano.

De acordo com o que determina o artigo 54 das Normas Especiais do Campeonato do Nordeste, “A Associação detentora do mando de campo será a responsável pelo cumprimento do disposto nos incisos III e IV do Art. 16 do Estatuto do Torcedor, desobrigando a Liga dessa responsabilidade, assumindo o compromisso de conveniar-se com órgãos públicos ou particulares para o seu cumprimento sob pena de ser declarada perdedora, pelo escore de 1 X 0 (um a zero) em favor da adversária, pagamento das despesas de deslocamento e hospedagem da equipe visitante, além de ser indiciada e julgada pelo Tribunal Competente.

Já os incisos III e IV do artigo 16 do Estatuto do Torcedor, dizem o seguinte: “III – disponibilizar um médico e dois enfermeiros-padrão para cada dez mil torcedores presentes à partida”; e “IV – disponibilizar uma ambulância para cada dez mil torcedores presentes à partida.” Como o estádio Rei Pelé tem capacidade para mais de dez mil torcedores, para bom matemático, se torna obrigatório a presença de, no mínimo, duas ambulâncias. Novo vexame matemático do nosso Estado.

“É uma vergonha para nós jogadores e para o futebol de Alagoas. Quando é para cobrar da gente, as pessoas cobram. Está na hora de as pessoas mostrarem mais profissionalismo”, disse o goleiro Hudson, tendo a concordância do lateral Renatinho, ambos do CRB.