Em seu discurso, Palmeira revelou que sofreu pressão de outros vereadores para manipular o processo seletivo (Foto: Reprodução TV ALE)
Durante a solenidade de posse dos 17 novos servidores efetivos da Câmara Municipal de Maceió, realizada na noite de ontem (23) na sede da Associação Comercial, uma declaração feita pelo vereador Marcelo Palmeira (PL), presidente da comissão do concurso público, surpreendeu os presentes e gerou repercussão nos bastidores do legislativo municipal.
Em seu discurso, Palmeira revelou que sofreu pressão de outros vereadores para manipular o processo seletivo. Segundo ele, houve tentativas explícitas de interferência no concurso, com pedidos diretos para beneficiar parlamentares da legislatura anterior.
“Recebi visitas, na minha casa, de vereadores, pedindo uma vaga. Eles me diziam: ‘tem 54 vagas, nós temos 25 vereadores, tem que dar uma vaga a cada um vereador’. Cheguei a ouvir isso”, afirmou Marcelo, em tom de indignação.
Ele destacou ainda que a maior preocupação da comissão foi garantir um concurso justo e isento de favorecimentos políticos, rompendo com práticas históricas de apadrinhamento que, segundo ele, ainda são comuns em diversas casas legislativas do Nordeste brasileiro.
“A nossa maior preocupação era fazer um concurso justo. Porque as casas legislativas, principalmente no Nordeste brasileiro, são vistas como ‘concursos arrumadinhos’. São aqueles em que passam o irmão do presidente, o cunhado do vereador, o primo do prefeito. E fizemos de uma forma com que fosse blindado”, afirmou.
A revelação deve gerar reações entre os membros da atual legislatura e reacender o debate sobre a influência política em concursos públicos no Brasil. Até o momento, nenhum dos vereadores citados indiretamente por Palmeira se manifestou sobre as acusações.