Os trabalhos na Usina Pindorama estão a todo vapor desde o dia 03 de setembro e como estratégia de produção, as primeiras toneladas de cana-de-açúcar estão sendo colhidas cruas. O argumento da gerência agrícola da unidade é que a cana crua proporciona uma melhor fermentação para a produção de álcool. Mas o que chama a atenção nesse cultivo é a divisão de espaço da cana-de-açúcar com outras culturas, a exemplo do o coco.
A iniciativa agrega valor à área de cultivo, gerando renda extra e duas safras distintas. O técnico agrícola da Usina Pindorama, Adeilton Lourenço, explicou que a prática acontece há muitos anos nas áreas da Cooperativa Pindorama e que o plantio consorciado da cana ocorre ainda com maracujá, abacaxi, macaxeira, milho e outras culturas. No caso do plantio do coco, a preocupação dos colonos é com as queimadas.
“Alguns colonos preferem não misturar as culturas porque o coco, por exemplo, não aguenta queimadas. Por isso que a área de plantio consorciado é sempre de inicio de safra, período no qual colhemos manualmente as primeiras mil toneladas de cana crua. Caso a safra de coco seja queimada, por acidente, para estabilizar o plantio precisaríamos de aproximadamente dois anos, porque não há cicatrização, isso representaria um prejuízo grande”, informou o técnico.
De acordo com Adeilton Lourenço, o segredo para uma boa safra das duas culturas está nos tratos culturais. Ele garante que com a adubação correta as plantas não competem entre si. “Para evitar que o coco vá buscar água na cana-de-açúcar, é recomendado que cada cultura tenha uma distância de mais ou menos dois metros entre elas e que os tratos culturais sejam cumpridos à risca”, recomendou.
Cerca de 100 hectares é destinado para o plantio consorciado na Pindoram e 90% da cana-de-açúcar desta área já foi colhida. Este ano, a usina espera esmagar 900 mil toneladas de cana-de-açucar, crescimento de 25% em relação ao ciclo passado. A expectativa é positiva porque a unidade investiu em irrigação e adubação de toda a área produtiva da cooperativa.