A Seleção do Uruguai garantiu a sua presença nas semi-finais da Copa do Mundo, ao derrotar o time de Gana, na disputa de pênaltis, após um jogo emocionante ao longo dos noventa minutos e da prorrogação.
O jogo terminou empatado em 1 x 1 e o time ganense desperdiçou uma penalidade máxima, quando o artilheiro Gyan chutou para fora.
Na disputa das penalidade, El Loco Abreu converteu a última das cobranças e classificou a Celeste. Assim como fez contra o Flamengo na final da Taça Rio, o camisa 13 colocou devagarzinho a bola no meio do gol defendido por Kingson.
Gana teve a oportunidade de fazer história e ser a primeira seleção africana à chegar a uma semifinal de Copa do Mundo, mas o atacante Gyan desperdiçou um pênalti no segundo tempo da prorrogação. Suárez evitou um gol gânes ao colocar a mão e foi expulso, porém Gyan cobrou no travessão e a partida foi para os pênaltis. Aí o Loco Abreu brilhou e Uruguai está na semifinal.
RIVAIS SE UNEM CONTRA O RACISMO
Ao entrar no gramado do Soccer City, as seleções de Uruguai e Gana contagiaram o público e o mundo com mensagens contra o racismo. Representadas por seus capitães, Lugano e Mensah, respectivamente, os 22 jogadores que iniciariam o confronto disseram não ao racismo, para depois, juntos, exibirem uma faixa com os dizeres.
ADVERSÁRIO DA SEMIFINAL SERÁ A HOLANDA
Antes de a bola rolar, uruguaios e ganeses já conheciam o rival das semifinal: Holanda derrotou o Brasil de virada por 2 a 1. Para muitos, a notícia seria maravilhosa, já que um dos grandes favoritos ao título ruíra nas quartas, mas na reta final de uma Copa do Mundo, melhor é vencer o seu jogo. E foi isso que ambos os treinadores demonstraram em suas escalações. Tanto que o técnico do Uruguai Óscar Tabaréz escalou três atacantes, assim como Milovan Rajevac, de Gana, que também optou por uma formação ofensiva.
APÓS INÍCIO SONOLENTO, URUGUAI LEVA MAIS PERIGO
Aqueles que esperavam um jogo com muitas oportunidades de gol devido à ofensividade das equipes, decepcionaram-se. Os primeiros minutos no Soccer City deram sono. Vale destacar o empenho e a disposição dos jogadores que, todo o tempo, não desistiam das jogadas. O nervosismo também marcou o início da partida, principalmente pelo lado de Gana.
O Uruguai, mais sóbrio em campo, ameaçou os africanos por duas vezes. Com seus dois principais jogadores nesta Copa, a Celeste levou perigo com Forlán, após erro na saída de bola adversária, que chutou colocado de fora da área. A bola passou perto. Minutos depois, em cobrança de lateral, Suárez se livrou da marcação e mandou um balaço para bela defesa de Kingson.
GANA MELHORA E SAI NA FRENTE
Recuperada dos sustos e do nervosismo, Gana reagiu e igualou as ações no primeiro tempo. Aos 26, o zagueiro Vorsah aproveitou escanteio na segunda trave para ganhar de Cavani no alto e cabecear a bola rente ao travessão de Muslera. Logo depois, Boateng faz linda jogada individual e cruza para Gyan que, de primeira, colocou no canto. Quase gol do camisa 3.
O momento era ruim para o Uruguai e piorou ainda mais no fim do primeiro tempo. Para começar, o capitão Lugano sentiu o joelho e teve de ser substituído e, para piorar, Muntari, nos acréscimos, acertou uma bomba de fora da área para colocar os africanos à frente do placar. Que curva a Jabulani fez no percurso até o gol para morrer no fundo da rede. 1 a 0 Gana.
SEGUNDO TEMPO COMEÇA E URUGUAI EMPATA
Totalmente diferente do início do primeiro tempo, a etapa final começou eletrizante. O Uruguai voltou ainda mais ofensivo e logo chegou ao empate. Em cobrança de falta, Forlán surpreendeu e, ao invés de cruzar, chutou diretamente para o gol. A Jabulani novamente fez enorme curva e enganou o goleiro Kingson antes de entrar. Tudo igual no Soccer City.
O gol deixou a partida ainda mais eletrizante. A Celeste se empolgou e quase virou a partida. Forlán arrancou pela ponta esquerda e cruzou para Suárez sozinho na entrada da pequena área desviar de primeira. A bola balançou a rede pelo lado de fora. Tentando dar o troco, Gyan arriscou para a boa defesa de Muslera. O jogo ganhou na movimentação.
Suárez e Gyan eram os mais perigosos. Ambos protagonizaram as principais investidas no fim do jogo. No que dependesse dos dois, a partida não iria para a prorrogação. O uruguaio forçou Kingson a realizar outra grande defesa ao chutar da entrada da área com violência. Apesar das tentativas, Uruguai e Gana não marcam e vão para a prorrogação.
PRORROGAÇÃO
Assim como fez contra os Estados Unidos, Gana começou a prorrogação com tudo. Os africanos dominaram as primeiras ações ofensivas encurralando o Uruguai em seu campo defensivo.
Após a pressão inicial dos africanos, a Celeste melhorou e igualou o jogo. Mas também não chegou com muito perigo ao gol adversário. Resultado: tudo igual nos primeiros 15 minutos da prorrogação.
15 MINUTOS FINAIS
Uruguai e Gana pareciam insatisfeitos com a possibilidade dos pênaltis. Mas somado a vontade de vencer, existia o medo de falhar e não encontrar mais tempo para uma reação. Logo, jogo morno na segunda metade da prorrogação.
Em contrapartida, o árbitro português Olegário Benquerença parecia satisfeito com a possibilidade de penalidades. Todo e qualquer lance em que havia uma disputa mais rígida, o juiz optava pelo “perigo de gol”. Sua vontade foi atendida e, pela segunda vez nesta Copa do Mundo, a partida seria resolvida com a bola na cal.
Literalmente as penalidades seriam decisivas para decidir que seguiria no Mundial. Isso porque, Suárez impediu, com a mão, o gol de Gana no último minuto da prorrogação. O camisa 9 foi expulso, mas teve tempo de ver Gyan acertar o travessão de Muslera, deixando vivo o sonho da Celeste.
PÊNALTIS
O Uruguai começou a disputa com Forlán colocando a Celeste na frante. Gyan, agora com categoria, empatou. Os jogadores foram mantendo os acertos até Mensah perder para Gana. Maxi Pereira também desperdiçou, na hora de empatar para os africanos, Adiyia, bateu mal e Muslera defendeu. No pênalti que valia a classificação, Loco Abreu justificou o apelido e, de cobertura, colocou o Uruguai nas semifinais.
FICHA TÉCNICA
URUGUAI 1 (4) X 1 (2) GANA
Estádio: Soccer City, em Johannesburgo (AFS).
Data/hora: 2/7/2010, às 15h30 (de Brasília).
Árbitro: Olegário Benquerença (POR).
Auxiliares: Bertino Miranda (POR) e José Cardinal (POR).
Público:
Cartões amarelos: Fucile, Arévalo, Pérez (URU); Pantsil, Sarpei, Mensah (GANA)
Cartões vermelhos: Suárez, 15’/2ºT da prorrogação (URU)
Gols: Forlán, 10’/2°T (1-1); Muntari, 47’/1°T (0-1)
URUGUAI: Muslera, Maxi Pereira, Lugano (Scotti, 37’/1°T), Victorino e Fucile; Álvaro Fernández (Lodeiro, intervalo), Diego Pérez e Arévalo; Cavani (Loco Abreu, 30’/2°T), Forlán e Suárez. Técnico: Óscar Tabárez.
GANA: Kingson, Vorsah, Pantsil, John Mensah e Sarpei; Annan, Inkoom (Appiah, 28’/2ºT) e Asamoah; Muntari (Adiyiah, 42’/2ºT), Prince Boateng e Gyan. Técnico: Milovan Rajevac.