A reitora da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Rosângela Wyszomirska, empossou nesta quarta-feira (19) a diretoria provisória da Maternidade Escola Santa Mônica, que vai responder pela unidade de saúde pelos próximos 120 dias. Depois desse período, será realizada nova eleição para preenchimento dos cargos deste mandato, que se encerra em 2011. O afastamento do gerente da maternidade, José Carlos Silver, e dos demais dirigentes da instituição se deu por determinação do Conselho Universitário da Uncisal (Consu), no último dia 12, após serem encontrados indícios de irregularidades na maternidade.
Assume o cargo de gerente da Santa Mônica Rosimeire Rodrigues (no lugar de José Carlos Silver); para gerente de Gestão foi nomeada Maria Solange Lucena (que vai substituir Maurício Viana); Suely Maria Leite Borges assume como gerente Assistencial (no lugar de Maria Laura Dantas Brandão) e ainda não foi definido o nome para o cargo na Gerência Técnica Médica, até então ocupado por Syrlene Patriota. A reitora apresentou à imprensa, em entrevista coletiva, o teor de relatórios com as supostas irregularidades encontradas na instituição.
Rosângela disse que aforam encontradas falhas em notas fiscais, orçamentos, falta de manutenção predial, de higiene na UTI Neonatal, contratos com prazos ultrapassados, desaparecimento de equipamentos, problemas no teste do pezinho, entre outras faltas que resultaram na instauração de inquéritos administrativos. Segundo ela, a Controladoria Geral do Estado (CGE) realizou duas auditorias, sendo o resultado da primeira apresentado em abril de 2009 e o da segunda, em março de 2010.
A partir de então, a Uncisal instalou uma controladoria interna, concluindo os trabalhos em abril de 2010. Segundo Rosângela, a equipe confirmou os fatos declarados nos relatórios e constatados pela CGE. De acordo com ela, o governador Teotonio Vilela Filho determinou, em janeiro deste ano, que os inquéritos administrativos fossem encaminhados a uma comissão central instalada na Secretaria de Estado da Gestão Pública (Segesp), que adotará as medidas cabíveis para os casos.
Rosângela ressaltou que em abril de 2009 implantou mudanças gerenciais e administrativas, a exemplo da instalação das centrais de compras, de abastecimento e licitações, controle de estoques e regulação das necessidades da maternidade. A reitora disse ainda que, há dois meses, teria encaminhado memorando às unidades vinculadas à Uncisal autorizando fazer, sem necessidade de licitação, manutenções e reparos de até R$ 3 mil por objeto.
A reitora disse que um relatório da Vigilância Sanitária teria apontado inconformidades como infiltrações e fungos em pias e paredes e outros problemas referentes à manutenção predial. Rosângela disse que já entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e confirmou, para até julho, o início da reforma da UTI e UCI da Santa Mônica e aquisição de equipamentos. A ampliação da maternidade, segundo ela, depende apenas da desapropriação do terreno do entorno da instituição.
Mortes dos bebês – A reitora descartou novamente a possibilidade de surto de morte de bebês e infecção hospitalar na Santa Mônica, como foi divulgado pela mídia, assegurando que os óbitos ocorridos em abril estão dentro dos padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ela disse que os gráficos mostram que, desde setembro do ano passado, a maternidade vem reduzindo o índice de infecções precoces (decorrentes do parto) e tardias (hospitalares).
“Lamentamos as mortes, mas é impossível acabarmos totalmente com as infecções porque no ambiente há microorganismos invisíveis, a exemplo de bactérias e vírus. O melhor hospital do mundo não tem zero por cento de mortalidade. Queremos baixar os índices e estamos trabalhando para isso”, reforça a reitora. “Estamos melhorando a manutenção dos equipamentos, a estrutura predial, higiene, limpeza e lavagem de roupas”, complementou.
Rosângela disse ainda que a Uncisal montou um plano de ação para a Santa Mônica, no sentido de contemplar 80% das necessidades da instituição. A nova gerente da maternidade, Rosimeire Rodrigues, afirmou que nos 120 dias em que ficará à frente do cargo vai investir na manutenção dos equipamentos, em pequenas reformas e desenvolver melhor o programa de valorização dos servidores. Rosimeire disse ainda que dará atenção especial ao controle do Almoxarifado e da Farmácia.
Uma comissão formada por um docente, um técnico administrativo, um discente, um representante da Sesau e um representante da CGE, cujos nomes devem ser publicados esta semana no Diário Oficial, dará apoio à nova gestão.