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Um Papa Diferente

O mundo inteiro, católico ou não, cravou os olhos naquela janela do Vaticano. Era a eleição do Papa.

Antes mesmo do inicio do conclave. países viveram momentos de “santa torcida” por seus conterrâneos. O Brasil, competitivo por natureza, não deixou a desejar, se enveredando por esse caminho, torcendo, é claro por um dos nossos cardeais. Dom Odilo foi o alvo. Parecia que já estava eleito! Mas a ação do Espírito Santo falou mais alto. Enquanto as negras fumaças saíam pela chaminé e os olhos da multidão continuavam fixos naquela famosa janela, lá dentro, os cardeais suavam as têmporas para alcançarem o enxugamento dos votos e ainda peneirá-los para identificação dos mais votados.

Finalmente surge a fumaça branca! E aquela multidão ( crianças, jovens, adultos, anciãos, religiosas, cadeirantes, enfim, todos, oriundos de vários países, mas movidos por um só sentimento, vibraram, aplaudiram, sorriram e choraram, diante de uma mensageira fumaça que antecedia a célebre frase: ” Habemus Papam.” Corações acelerados, ansiedade à flor da pele. Surgiu a inquieta expectativa de saber quem fora eleito. Que país teve a honra de oferecer o Governante Geral da Igreja Católica? Foi mais ou menos cinquenta minutos de espera. Ninguém saía do lugar. O frio era intenso e chovia, pela quantidade de guarda – chuva.

Finalmente as cortinas da janela se abriram e o cardeal ou camerlengo anunciou o nome do eleito .

Um nome que sequer foi mencionado durante a ” campanha” do lado de fora do Vaticano. E é nesse ponto que vemos a grandiosidade da ação divina! Deus vai escolhendo aquele que o mundo ignora. Os mais citados, plenos de cargos, história recheada de títulos, experientes em funções de alto nível, podem estar na mídia, mas não no Plano de Deus, para aquele momento, cuja missão abrange um imenso rebanho carente de um Pastor carismático que o direcione para o verdadeiro aprisco!

Papa Francisco, logo no início de sua chegada ao sagrado campo de batalha tem demonstrado a sua peculiaridade: simplicidade, despojamento e aproximação dos fiéis.
É claro que existem certas formalidades litúrgicas que fazem parte do contexto da Igreja. Mas, cada Papa tem o seu carisma e a sua maneira de conduzir a barca. Não é o ouro e o requinte que obscurecem o afeto do pastor. Porém a identificação com o pobre, cativa e gera confiança.

O Papa Francisco, jesuíta, simpatizante de São Francisco de Assis, chama a atenção pelo jeito diferente e simples de se comunicar.

Creio que o Papa Francisco veio para suavizar as estruturas tradicionais as quais dificultam a caminhada da Igreja , amortecer o luxo, se misturar com os pequenos, ser confundido nas multidões, descer à campo, calçar as sandálias franciscanas, jogando para bem longe os sapatos vermelhos…