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Um Pacto por Penedo

Ultrapassado o período eleitoral da disputa política, salutar à democracia, todos devem se voltar para o interesse coletivo do crescimento e do desenvolvimento de sua cidade. As arestas políticas devem ser podadas. A continuidade do individualismo partidário e a prática nociva de cada agremiação ficar em sua trincheira com o olhar voltado apenas para as falhas, para a inaptidão do gestor e para a exorcização das suas ideias, em nada contribui para que um Município encontre saída para suas crises e suas deficiências.

Sabe-se que a administração de um Município não depende apenas da boa vontade do gestor escolhido pela maioria, mas sim de uma parceria entre os partidos que compõem a estrutura administrativa. Quando a visão desses gestores está voltada para a cidade, para o Município, as saídas são mais visíveis, mais prováveis, mas, se essa visão for pequena, voltada para os interesses individuais e dos grupos, o insucesso e o descaso se instala.

Fazer oposição faz parte do processo democrático e é uma garantia constitucional pois cada indivíduo é livre para expressar sua opinião, ora se opondo à ideias , ora se opondo à forma da administração, cobrando promessas feitas durante o pleito eleitoral e não cumpridas .A oposição é um mecanismo de controle, de fiscalização muito útil desde que seja direcionada ao bem estar social.

Oposição como temos acompanhado, é um grupo que não venceu as eleições e que vai passar o período do mandato eletivo de seu adversário , criticando, apontando falhas e torcendo para que nada dê certo. E assim vão se revezando no poder, ora como posição, ora como oposição, sem nenhuma responsabilidade com as aspirações do povo que, a cada pleito, aposta para que sua cidade, seu Município seja bem administrado, seja mais visível no plano econômico, educacional e cultural.

Nas empresas privadas os administradores se debruçam em estudos de viabilidade econômica e fazem projeções para o futuro, definindo as metas a serem alcançadas e o lucro que vai ser auferido. Em seus quadros de funcionários estão os melhores, os mais dedicados os que pensam grande e querem ver o sucesso da empresa em que trabalham. Participam de cursos e de congressos para se aperfeiçoarem a cada dia, buscando um aprendizado continuado, onde adquirem novas ideias, novas técnicas e sugerem novos desafios. Pensam grande, daí terem resultados grandiosos.

Nas administrações públicas não há continuidade dos projetos. O planejamento das ações de uma administração, dificilmente é levado à sério pela outra . Até mesmo as obras iniciadas, ficam paralisadas e, expostas às intempéries, se destroem. Basta andar pelos bairros, pelas cidades para se constatar o abandono de obras e a destruição de prédios pelo descaso administrativo. Tudo pela ausência do sentimento de que em cada obra, em cada ação está o dinheiro do contribuinte e que precisa ser respeitado e valorizado. Não temos tido exemplos eficazes de parceria entre integrantes de partidos opostos, com uma visão macro de desenvolvimento ,para a cidade ou o Município onde buscaram seus votos para o cargo que ocupam, com mordomia , com poder e com prerrogativas.

O crescimento com desenvolvimento de uma cidade e de um Município só é possível se houver um entrosamento, uma correlação de ideias e de forças, um propósito único voltado para o coletivo, para o bem comum. A cada pleito renasce a esperança e o sonho volta a se instalar em nossas mentes, mas, passado esse momento, o horizonte se apresenta ainda mais distante, e o sonho e a esperança começam a perder força e o cidadão teme ser abatido pelo desânimo de lutar pela democracia, pela cidadania, pelo engrandecimento de sua cidade e de seu povo. As revistas VEJA e ISTO É e outras, expõem em suas reportagens semanais , os sucessivos escândalos envolvendo desvio do dinheiro público por políticos que enriquecem ilicitamente com recursos desviados dos cofres públicos. Os interesses individuais e de grupos é nocivo ao processo democrático e contribui para o emperramento social e político favorecendo as ações de corrupção, tão constantes e combatidas em nosso país.

Acredito que ainda há tempo para se reformular os paradigmas incrustados no pensamento político dos líderes partidários que compõem o corpo político de nossa cidade, de nosso Município, no sentido de que haja um sentimento, onde se perceba que o mais importante para todos nós é o desenvolvimento da cidade de Penedo, cantada e decantada pelos poetas e historiadores, mas ainda deixada de lado por todos nós que nela moramos.

A política é o caminho para o desenvolvimento desta cidade. Uma política onde se aglutinem homens e mulheres com objetivos comuns, independente de suas cores partidárias, mas colocando-as à disposição não da vontade de uns, mas da vontade de um povo, que sente a necessidade de não perder a força de suas tradições, de seus valores culturais e morais. Penedo precisa, urgentemente, de um grupo, que possua força política para reerguê-lo e colocá-lo sobre o pedestal cultural que conquistou ao longo de sua existência.