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Um Olhar sobre o Mundo entrevista brasileira que trabalha na Nasa

A brasileira Rosaly Lopes sempre sonhou viver em outro planeta. Seu sonho de adolescente de se tornar astronauta e mudar de endereço no espaço acabou não se realizando. No entanto, hoje ela trabalha como cientista na Nasa, a agência espacial norte-americana, e é uma das principais investigadoras de indícios de vida em Titã, a segunda maior lua do sistema solar, que orbita Saturno. Rosaly conta sua trajetória e fala de seu trabalho para o jornalista Moisés Rabinovici, no programa Um Olhar obre o Mundo, que vai ao ar na segunda (9), às 22h15, na TV Brasil.

Como especialista em geologia e vulcanologia, Rosaly Lopes procura sinais nos astros por meio de instrumentos e sondas da Nasa. É a líder da equipe de pesquisadores da agência que estuda astrobiologia. Especializou-se em buscar vulcões nesses pontos explorados à distância e descobriu 71 deles em Io, uma lua de Júpiter. Além disso, já explorou praticamente todos os existentes na Terra. Com isso, Rosaly entrou no livro Guiness de recordes por ter descoberto mais vulcões ativos do que qualquer outra pessoa no mundo.

Rosaly Lopes, além de pesquisadora da Nasa, atualmente também é redatora-chefe da revista de ciência planetária Icarus, antes sob a responsabilidade do astrofísico Carl Sagan. Segundo ela, a pesquisa da vida em outros planetas e luas tem muito a ver com o conhecimento que se adquire na exploração do interior da Terra. Ela explica que os cientistas estão fazendo esse estudo específico dos vulcões de Titã para descobrir se há formas de vida que podem se desenvolver ali.

“Titã é um satélite que tem uma camada de gelo acima de um oceano de água líquida. Nós achamos que, como nos oceanos da Terra, lá também tem vulcões”, explica. A equipe integrada pela brasileira procura sinais químicos que indicariam algum traço de vida no vulcanismo, na superfície e na atmosfera. “Então, sempre que fazemos estudos sobre outros planetas, temos que comparar com a Terra porque a Terra é o que conhecemos”, assinala. Por isso, Rosaly já esteve em 63 vulcões em nosso planeta para observar e avaliar o comportamento dessas formações.