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Policial

Ufal traz debate sobre Segurança Pública no Estado para Caiite

Debate integrou o encontro do Núcleo de Estudos sobre Violência em Alagoas

A palestra O Quebra-cabeça da Segurança Pública em Alagoas integrou a programação do 4º Encontro do Núcleo de Estudos sobre Violência em Alagoas (Nevial), da Universidade Federal de Alagoas. Durante três dias, o Encontro trouxe para o Caiite pesquisadores locais e nacionais, a exemplo de Aloísio Raton, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e Michel Missi da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Na oportunidade, Ruth Vasconcelos destacou a complexidade existente nas relações sociais frente à produção de violência e enfatizou que o processo para socialização necessita de renúncia para que se alcance o limite, e que nas dinâmicas sociais e juvenis tem que haver a internacionalização de valores e princípios.

“A segurança pública não é uma questão de polícia. A sociedade é constituída de relações de afeto, como ódio, ambição, egoísmo, solidariedade, superioridade e inferioridade, que mobilizam o sujeito, e essas referências coletivas estão cada vez mais individualizadas. No contexto social, em cada cena de violência há alguém que puxa o gatilho, que puxa a arma branca”, frisou Ruth, reforçando a importância e urgência de um outro modelo de sociedade, também destacando a desestrutura existente nas instituições policiais.

“Qual a condição humana para produzir a violência? O sentido de segurança passa por um processo de como se dão as relações sociais e, nesse contexto, os dados apresentados não nos dizem nada, pois o fundamental é saber a motivação para a produção de tanta violência no Estado”, afirmou a socióloga.

Violência urbana

Dados sobre a violência no Estado, mas com foco em Maceió, foram abordados pelo pesquisador Emerson Rodrigues, integrante do Nevial e professor do Instituo de Ciências Sociais (ICS). Os municípios que se destacam atualmente em altos índices de violência são: Maceió, Rio Largo, Murici, Arapiraca e Palmeira dos Índios e os crimes de homicídios acometem jovens na faixa etária de 15 a 24 anos.

Emerson informou ainda que, nos primeiros estudos em Maceió, as seis áreas que concentram a maior parte de homicídios também se destacam pela pobreza extrema, a exemplo da região lagunar e do Jacintinho. “Pela pesquisa, não existem bairros totalmente violentos, mas a existência de ruas mais violentas nos bairros, e esse é o foco principal do estudo em andamento”, afirmou.

Durante o debate, a professora e socióloga Regina Trindade, do Centro Universitário Cesmac, fez a apresentação do livroCriminalidade, Direitos Humanos e Saúde Pública da Bahia, proporcionando relatos de experiências. Como reflexão, Regina finalizou dizendo. “Nós não sabemos separar o público do privado. A polícia é uma instituição social e política. A violência não é caso de polícia e sim de todos nós. Precisamos começar a construir o novo imaginário do que é sociedade”, concluiu.