A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) rompeu o contrato com a Empresa Cartol Construção e Serviços Ltda., vencedora do processo de licitação para construção do hospital para atender o curso de Medicina Veterinária instalado na Unidade Viçosa, situada a 80 km de Maceió.
A medida confirmada pela assessoria de comunicação da Ufal à reportagem do aquiacontece.com.br implica na chamada imediata da segunda empresa colocada no processo. “Se por algum motivo, essa empresa não aceitar a convocação, será preciso abrir uma nova licitatação”, informou Márcia Alencar, responsável pela assessoria de comunicação da universidade sobre a possibilidade de mais atraso na instalação do hospital, principal motivo que levou à ocupação da reitoria da Ufal, protesto iniciado na última terça-feira, 22.
Márcia Alencar acrescentou ainda que a Ufal já adotou medida igual contra empresas que não cumpriram contrato ou executaram de forma insatisfatória obras em Arapiraca, Palmeira dos Índios, Delmiro Gouveia e também em Vicosa. No caso que envolve a Cartol, a construtora tem cinco dias úteis para contestar a decisão tomada pelo vice-reitor Eurico Lôbo durante reunião realizada nesta quarta-feira, 22.
A assessora de comunicação nega que a Ufal não tenha apresentado o projeto arquitetônico do hospital veterinário, conforme foi alegado por representantes da Cartol durante contato com alunos que participam da ocupação da reitoria.
Eurico Lôbo representava a reitora Ana Dayse Dorea, que se encontra em Brasília, durante o encontro que durou cerca de cinco horas com representantes da comunidade acadêmica do curso de Medicina Veterinária e da Ufal. O exaustivo debate gerou ainda a promessa do atendimento de alguns pontos da pauta de reivindicação (confira todos os itens abaixo da matéria), como instalação imediata de equipamentos e solução para o estágio obrigatório, última etapa para a conclusão do curso.
Atualmente, os 14 estudantes que chegaram ao 10º período em condições de alcançar a esperada graduação cumprem estágio fora de Alagoas, vagas viabilizadas pela Ufal, mas com custo de deslocamento e hospedagem por conta dos formandos. “A Ufal fechou convênio com a Universidade Federal Rural de Pernambuco, referência em Medicina Veterinária no Nordeste, para os alunos que estão nessa situação, inclusive com ajuda de custa para os alunos”, afirmou Márcia Alencar.
As propostas apresentadas não convenceram os manifestantes a desocupar a reitoria. Professores e alunos do curso de Medicina Veterinária continuam no local, inclusive realizando aulas em espaços abertos da reitoria. A ocupação que tem apoio do DCE e de centros acadêmicos de diversos cursos da Ufal permanece, com alguns manifestantes dormindo em barracas instaladas nos jardins da reitoria.
Como a mobilização foi mantida, o que causou surpresa à reitoria, segundo a assessoria, o almoço disponível para os manifestantes no Restaurante Universitário situado no campus A.C. Simões chegou a ser cancelado nesta quinta, 24, mas acabou sendo liberado. Alunos disseram que até a água da sala onde tem acesso a banheiro e banho havia sido cortada como forma de pressionar o fim do movimento.
A reitoria acredita que a ocupação permanece até a próxima segunda-feira, 28, data para reunião do Conselho Superior Universitário (Consuni), órgão máximo de deliberação e tomada de decisões da Ufal, com a situação do curso de Medicina Veterinária em pauta.
REIVINDICAÇÕES DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DA UNIDADE UFAL VIÇOSA
• Retomada urgente das obras do Hospital Veterinário (Obra oficialmente embargada);
• Abertura de processo de licitação das obras dos laboratórios específicos (Microbiologia, Parasitologia, Patologia Clínica, Doenças Infecciosas, Inspeção e Tecnologia de alimentos, Histopatologia e Nutrição), laboratórios estes que já tiveram seus projetos e listas de equipamentos enviadas, porém até a presente data nenhum entrou em processo de licitação;
• Envio de materiais para condução de aulas práticas, tendo em vista a escassez de recursos para execução das mesmas, prejudicando diretamente a qualidade de ensino, além de por em risco quesitos como segurança pessoal, biosseguridade, entre outros de relevância equivalente;
• Estruturação de todo o curral de manejo de bovinos, sendo este inapropriado para contenção destes animais, sendo necessária a aquisição de um brete de contenção adequado;
• Melhoria do acesso a Fazenda São Luiz, sede do curso em Viçosa, em fatores como iluminação, pavimentação da estrada, haja visto que em períodos como o inverno, torna-se a mesma intransitável;
• Abertura urgente de edital vagas para professor, tendo em vista a altíssima relação professor/aluno, como também a demanda que o curso tem em relação as especialidades da área, não sendo assim possível um mesmo professor lecionar várias disciplinas que não competem a sua formação acadêmica;
• Colocação de uma linha telefônica dentro da unidade;
• Aquisição de equipamento para apoio às aulas como data show, cujos existentes na faculdade (03 no total) apenas 01 em funcionamento e em numero insuficiente para contemplar aulas necessárias;
• Manutenção de água mineral para consumo de alunos e Professores, tendo em vista que a água fornecida atualmente é reconhecida por documento da Secretaria de saúde local como imprópria para consumo;
• Reconhecimento imediato do plano diretor do curso