Em respeito a dor sentida por amigos e familiares das vítimas da violência no Estado de Alagoas e como forma de protestar contra o elevado índice de assassinatos cometidos nos últimos anos, a Universidade Federal de Alagoas, por meio da Pró-reitoria Estudantil, vai realizar o 11º Ato do Programa Ufal em Defesa da Vida.
As solenidades vão ser realizadas nos próximos dias 8, em Maceió, 9, em Arapiraca, e 10 de maio, em Delmiro Gouveia. “A dor que os números não revelam” é o mote do programa este ano e busca resgatar as histórias das vítimas e homenageá-las com a plantação de mudas de árvores nativas nos três campi da instituição.
Para identificar as vítimas, a coordenação do programa, lança um formulário online, para que a sociedade participe do processo e colabore com o levantamento de dados. A proposta é que as pessoas informem sobre algum parente, amigo ou conhecido que foi assassinado. Os interessados em responder o formulário vão contar as histórias das vítimas. De acordo com o resultado do levantamento, a Ufal vai plantar mudas de arvores em número correspondente ao das pessoas mortas identificadas.
A universidade implantará “Bosques em Defesa da Vida” nos três campi. Os espaços vão homenagear e eternizar as vítimas fatais de violência com armas de fogo ou branca, acidentes de trânsito ou outras situações, por meio da plantação de mudas de árvores. Cada planta receberá nome de uma pessoa morta. Por isso, quem conheceu alguma vítima e deseja participar do ato, basta preencher o formulário, cujo link está disponível no portal da Ufal.
Números da violência
Entre 2001 e 2011 foram assassinadas cerca de 17 mil pessoas entre homens, mulheres, crianças, jovens e idosos no Estado. Desse total, 2.300 perderam suas vidas em 2012. De acordo com a coordenadora do Programa Ufal em Defesa da Vida, Ruth Vasconcelos, a Ufal usará as mudas como símbolo da vida para homenagear os mortos, vítimas da violência.
O ato dará voz às famílias e aos amigos dos que foram silenciados e discutirá os efeitos da violência. Além disso, destacará a ausência permanente que se instala no cotidiano de quem perdeu um ser querido. De acordo com Ruth Vasconcelos, coordenadora do Programa Ufal em Defesa da Vida, o momento vai além dos dados informados pelas estatísticas. “Nossa intenção é, ao resgatar as histórias de vida, dar visibilidade ao que os números estatísticos não conseguem revelar”, ressaltou.
No Campus A. C. Simões, em Maceió, a plantação das mudas, o ato público e os depoimentos estão previstos para o dia 8 de maio, a partir das 9h. A programação prossegue com mesa-redonda sobre os efeitos da violência na vida de amigos e familiares das vítimas fatais, às 14h. O mesmo acontecerá nos campi de Arapiraca e Delmiro Gouveia.