O que dizer após vencer o mais longo jogo de tênis da história? Três dias de batalha, onze horas em quadra e uma passada de backhand fizeram John Isner desabar na quadra 18 do All England Club nesta quinta-feira. O placar da partida contra Nicolas Mahut, válida pela primeira rodada, foi de 6/4, 3/6, 6/7 (9/7), 7/6 (7/3) e 70/68. Trata-se de um recorde absoluto e o norte-amerciano falou sobre a sensação de ficar tanto tempo em quadra.
“Quando você joga uma partida como essa, num ambiente desse, não se sente realmente cansado”, disse Isner, para depois fazer uma ressalva. “Apesar de que era exatamente assim (cansados) que nós estávamos”.
A partida foi extremamente longa porque foi adiada por falta de luz na terça e na quarta. Quando o quinto set começou a se estender muito, os jogadores tinham dificuldade para devolver e quebrar o saque do oponente. Mas, comparando a outros recordes, como a partida mais longa (eram 6h33, em Roland Garros), a batalha Isner/Mahut extrapolou tudo que já se tinha visto no tênis.
“Eu estava delirante”, contou o americano sobre o segundo adiamento. “Queria que o jogo terminasse de qualquer jeito, não queria ir dormir sem que isso tudo tivesse acabado. Tentei de tudo para me recobrar fisicamente. Tomei carboidratos, comi o máximo de massa que pude, então entrei numa banheira com água gelada, coloquei gelo no braço”.
Sobre o andamento da partida, Isner admitiu que chegou um determinado ponto em que ele não conseguia mais pensar. “Não sei o que se passava na minha cabeça depois, digamos do 25/25. Acho que nem estava raciocionando. Apenas tentava manter o saque e disparar winners de forehand”.
“Jogamos a maior partida da história no maior lugar do mundo do tênis”, orgulha-se Mahut. “John mereceu vencer. Sacou inacreditavelmente bem”. Os dois quebraram a marca de aces numa única partida. Isner fez 112 e Mahut serviu 103 vezes de forma perfeita. O recorde era do croata Ivo Karlovic, com 78.
“É muito triste que alguém tivesse que perder”, afirmou Isner. “Mas compartilhar esse dia com ele foi uma honra absoluta. Desejo o melhor a ele e, talvez, se eu o vir algum dia, não iremos a 70/68”, brincou o norte-americano, que enfrenta o holandês Thiemo de Bakker na segunda rodada. Isner disputaria uma partida de duplas nesta quinta, mas a organização deu a ele um merecido dia de folga.