A Linha de Cuidado da Prevenção e Tratamento do Sobrepeso e Obesidade da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas foi apresentada pela coordenadora de Doenças Crônicas Renata Moura ao Conselho Municipal de Saúde. A explanação sobre o tema foi feita durante reunião ordinária mensal, realizada na manhã dessa terça-feira (04), com a presença da secretária municipal de saúde, Sylvana Medeiros, conselheiros e suplentes do grupo.
A coordenadoria é ligada a Diretoria de Atenção à Saúde (DAS) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Renata Moura, especialista em nutrição clínica e mestra em epidemiologia dos agravos nutricionais, falou sobre a habilitação dessa linha de cuidado no Sistema Único de Saúde (SUS), desde a atenção básica até a etapa final, que é a cirurgia de redução de estômago (bariátrica), indicada para pessoas com obesidade mórbida, quando o peso corporal ultrapassa o valor 40% no índice de massa corporal (IMC) , cálculo obtido pelo valor do peso dividido pela altura ao quadrado. A obesidade grau II, considerada severa, é quando o IML está entre os percentuais de 35% a 39%, .
“Para operar nessa condição é preciso que a pessoa tenha as comorbidades (doenças hereditárias na família como a própria obesidade, hipertensão, diabetes entre outras). Já como IMC igual ou superior a 40% tem todos os indicativos à cirurgia e já passa por consulta para os exames pré-operatórios”, explicou Renata Moura.
A nutricionista ressaltou que é fundamental que o paciente obeso passe por uma consulta numa Unidade Básica de Saúde e lá seja cadastrado no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) web. Atualmente, segundo Renata, há uma lista de espera para a cirurgia no sistema de 230 pacientes, demanda referente a todo o estado de Alagoas.
Renata ressaltou que, após a cirurgia, o paciente não precisa mais passar os dias de pós-operatório no hospital (pelo SUS o Hospital que realizada a intervenção cirúrgica é o Hospital Universitário) . “Essa pessoa será acompanhada pela equipe do Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) da Secretaria Municipal de Saúde”, esclareceu.
Portarias
A Portaria nº 252 do Ministério da Saúde (MS), de 19 de fevereiro de 2013, instituiu a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do SUS. A Portaria nº 424, de 19 de março de 2013, redefiniu as diretrizes para a organização da prevenção e do tratamento do sobrepeso e obesidade como linha de cuidado prioritária da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas. A Portaria nº 425, também de 19 de março de 2013, estabelece regulamento técnico, normas e critérios para o Serviço de Assistência de Alta Complexidade ao Indivíduo com Obesidade.
Essas portarias, em especial a nº 425, estabelecem direitos e deveres dos pacientes com obesidade e também as responsabilidades dos municípios com relação aos exames e acompanhamento dos operados e daqueles que estão em orientação alimentar, sugerindo adoção de hábitos alimentares saudáveis e prática sistemática de atividades físicas, de modo que pessoas com sobrepeso possam voltar a ter uma índice de massa corpórea saudável, entre 20 a 25%, no resultado do IMC.
Custos da Obesidade
Em 2011, os custos atribuíveis à obesidade totalizaram R$ 487,98 milhões representando 1,9% dos gastos com assistência à saúde de média e alta complexidade. Os custos da obesidade mórbida perfizeram 23,8% dos custos da obesidade (R$ 116,2 milhões), apesar de sua prevalência ser 18 vezes menor. Os custos com a cirurgia bariátrica no Brasil foram de R$ 31,5 milhões.
O custo da obesidade para o SUS em 2011 foi de quase meio bilhão de reais. A obesidade mórbida já atinge 1,5 milhão de adultos brasileiros e o seu custo foi proporcionalmente 4,3 vezes maior do que o da obesidade.