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Maceió

Transporte de Maceió é tema de debate na Assembleia

Avenida Fernandes Lima, Farol

A problemática do trânsito de Alagoas, em especial de Maceió, foi amplamente debatida durante a sessão especial realizada nesta sexta-feira, 18, pela Assembleia Legislativa. De acordo com o propositor da sessão, deputado João Henrique Caldas (PTN), o objetivo do debate é traçar soluções alternativas, que visem dar maior fluidez no trânsito e melhorias para o transporte público, tanto na capital como para os municípios do interior do Estado. A maioria dos palestrantes destacou que a falta de planejamento é o principal agravante para o caos no trânsito alagoano.

Segundo João Henrique Caldas, o mais importante a ser discutido durante a sessão especial é a questão da mobilidade humana. “Reunimos as autoridades do setor (de transporte e trânsito) para que viessem debater desde os problemas estruturais até a aplicabilidade da lei seca, diante da nova redação que foi dada, com a tolerância zero para o consumo de bebidas alcoólicas antes de dirigir”, declarou Caldas. Ele disse ainda que o debate desta sexta-feira tem o objetivo de dar suporte político aos gestores do setor, que revelaram índices desanimadores sobre o trânsito do Estado.

Durante a sessão, o chefe da 1ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Cristiano Silva Sibaldo, apresentou alguns dados sobre o número de ocorrências no trânsito da Região Metropolitana de Maceió, compreendidas pelas BRs 316 e 104, vias que são fiscalizadas pelo órgão. De acordo com ele, as principais causas de acidentes são: colisões traseiras, transversais e atropelamento de pessoas. “Grande parte desses acidentes ocorrem na Avenida Menino Marcelo, na Via Expressa, onde os condutores, ao fazerem as conversões para a via secundária, param na rodovia, ocasionando muitas vezes as colisões traseiras e transversais”, explicou, acrescentando que a solução apresentada pela PRF para coibir esse número de ocorrências seria o bloqueio dos locais onde, rotineiramente, os condutores fazem as convergências. “Obrigando-os a fazerem essas manobras em locais específicos”, completou, destacando a importância de se melhorar o transporte público, para diminuir o fluxo de veículos particulares.

O diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/AL), Luiz Augusto, falou que um dos agravantes para o caos no trânsito alagoano foi a falta de planejamento, aliado ao crescimento da frota de veículos, que aumentou em 200% no período de 2002 a 2010, o que significa uma média de cinco mil veículos por mês rodando nas vias estaduais. “Como é que vai se absorver cinco mil novos veículos?”, questiona. Como solução para melhorar o trânsito de Maceió, o diretor do Detran/AL apresentou cinco alternativas: educação massificada, fiscalização integrada, infraestrutura, transporte coletivo e órgãos integrados.

“Quando assumi a direção do Detran soube que há 13 anos o Estado não realizava seu anuário de estatística, que é uma grande ferramenta de planejamento. Quando solicitei algumas bases de dados, me surpreendi: ninguém tinha informação. Acredito que esse caos no trânsito é consequência da ausência de planejamento e coordenação”, informou.

Participaram da sessão o deputado Judson Cabral (PT); o superintendente Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), José Pinto de Luna; o juiz criminal da Vara de Acidentes de Trânsito, José Dirceu; a promotora de Justiça da Vara de Infrações de Trânsito, Marluce Caldas; o professor da UFAL, engenheiro e estudioso da área, Ednaldo Marques; e o representante do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), José Lessa.