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Alagoas

Tradição reúne coruripenses na busca do mastro

Parte dos fiéis aproveita a procissão para pagar promessas por graças alcançadas

A comunidade católica de Coruripe vai se reunir neste domingo (18) para busca do mastro. Tradição de mais de 200 anos, culmina com o hasteamento da bandeira da padroeira Nossa Senhora Imaculada Conceição em frente à igreja. A concentração será às 6h, no pátio da Igreja Matriz.

A tradição inicia os festejos, todos os anos, em novembro, em comemoração à padroeira, de 18 de novembro a 08 de dezembro.
Uma grande carreata composta por centenas de carros, caminhões, ônibus e motos, segue rumo à floresta de mata atlântica da região, para encontrar a mais alta árvore, cujo tronco, depois de extraído e desgalhado, é conduzido nos ombros dos devotos.

Com o corte da árvore, dez mudas da mesma espécie são plantadas no local, como retribuição ao auxílio da natureza e para minimizar o impacto ambiental.

A chegada

Os fiéis retiram o tronco do caminhão e, em procissão animada com cânticos de louvor, conduzem o mastro nos ombros até o pátio da igreja, onde é fincado e erguido.

Parte dos fiéis aproveita a procissão para pagar promessas por graças alcançadas. Outros levam o pesado tronco sobre os ombros, como forma de agradecimento e pedido por novas bênçãos.

O mastro permanece até o final do período festivo, que anuncia a comunidade a comemoração do novenário em homenagem à padroeira.

Como tudo começou

Segundo os pesquisadores João Ribeiro de Lemos, autor do livro “Coruripe, sua história e sua gente”, e Márcio Barreto, teólogo e autor de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) sobre a festa, o ritual da busca do mastro de Nossa Senhora Imaculada Conceição teria sido iniciado no século XVIII, quando colonizadores portugueses aportaram às margens do Rio Coruripe e encontraram uma pequena imagem da santa.

Barreto informa que a tradição é mais antiga que o próprio município, que só ganhou foro de cidade em 16 de maio de 1892. “De lá para cá, todos os anos, trabalhamos para que a cerimônia seja realizada, venerando a nossa santa padroeira e mantendo vivo o costume lançado por nossos antepassados”.