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Esporte

Torcedor do Náutico celebra a vida após levar tiro na cabeça

Aos poucos, Lucas vem recuperando os movimentos das pernas e dos braços

Há um ano, a vida do jovem Lucas Lyra, 20 anos, foi definida da seguinte maneira: 1%. Essas eram as chances que o torcedor do Náutico tinha de sobrevivência após ser baleado na cabeça durante a partida do Timbu contra o Central, no dia 16 de fevereiro do ano passado, nos Aflitos.

Lucas ficou ao lado da morte em muitos momentos – os próprios médicos davam esse prognóstico pessimista. Ele, porém, lutou contra essas previsões e demonstrou que milagres são possíveis. Mesmo sem estar acordado em muitos momentos, Lucas marcou um belo gol pela vida. Sobreviveu e agora comemora com a sua arquibancada, que nunca o abandonou – nem mesmo nas horas mais difíceis: a família. O dia 16 de fevereiro não é lembrado mais como uma data triste.

Lucas não só sobreviveu como surpreendeu os médicos na recuperação. Voltou a falar em novembro – as primeiras palavras foram ‘mãezona’ e hoje já tem parte dos movimentos dos braços e das pernas. A bala continua na cabeça, mas isso não impede que ele faça planos para quando sair do Hospital Português, onde está na ala de clínica médica após obter alta neurológica, na semana passada. “Quero dar um abraço nas pessoas que me amam”, diz ele soltando carinhos para a mãe e para a irmã.

O abraço é só o primeiro passo de Lucas – que em julho recebeu aposentadoria por invalidez. Ele pensa em voltar a fazer as atividades que praticava antes do acidente. “Quero fazer parkour e andar de skate”. Ele também tocava maracatu e é incentivado pela irmã a retomar essa atividade.

E o futebol? Bem, apesar de ter sofrido com a violência no futebol, Lucas não esquece a paixão pelo Náutico. No quarto do 11º andar do hospital, há uma flâmula do Timbu e livros do clube. Ele também sempre pergunta sobre os resultados alvirrubros e deseja conhecer o técnico Lisca. “Quero dizer a ele que arrume meu Náutico”.