O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, disse hoje (26) que os resultados dos testes de stress feitos com a banca europeia garantem que a retomada da economia não será prejudicada pela falta de crédito.
“Os resultados garantem que, daqui para frente, a recuperação econômica não será prejudicada por restrições na oferta de crédito”, disse, durante uma entrevista em Frankfurt, onde apresentou os resultados dos testes e da revisão da qualidade dos ativos feitos pelo BCE e pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, sigla em inglês).
Constâncio afirmou que estes exercícios vão “aumentar a confiança pública no setor bancário”. Os testes, ao identificar problemas e riscos, tornarão os balanços dos bancos mais “resistentes e robustos e facilitarão o crédito na Europa”.
Segundo ele, os testes são rigorosos. Constâncio também rejeitou as críticas feitas ao cenário traçado pelo BCE para a inflação. Disse que os cenários não consideram deflação porque o BCE não acredita que isso “vá acontecer”.
Os testes de stress e a avaliação da qualidade de ativos foram feitos para avaliar a saúde financeira do sistema bancário europeu, antes de o BCE assumir, a partir de novembro, a supervisão direta dos maiores bancos da zona euro, sob o abrigo do Mecanismo de Supervisão Única.
A avaliação detectou falhas de capital equivalente a 25 mil milhões de euros em 25 dos 130 bancos da zona do euro, cujos balanços foram avaliados em relação à data de 31 de dezembro de 2013. Apesar disto, dirigentes do BCE afirmaram que 12 desses bancos já cobriram as suas necessidades, depois de terem aumentado o capital em 15 mil milhões de euros ao longo deste ano.
Os outros 13 bancos devem preparar planos de reforço de capital que serão apresentados em duas semanas para que as falhas sejam contornadas no prazo de nove meses.
Em Portugal, Caixa Geral de Depósitos e BPI passaram nos testes. Já o BCP falhou no cenário adverso dos testes de stress. Na Europa, o país que teve a pior fotografia foi a Itália, com nove bancos que apresentaram falhas no cenário adverso dos testes de stress e a necessidades de capital de 9,4 mil milhões de euros.