O Governo do Estado, por meio da Agência Reguladora de Serviços Públicos de Alagoas (Arsal), inaugurou a Sala Lilás do Terminal Rodoviário João Paulo II, a primeira localizada em uma rodoviária em todo o país. A sala, que vai funcionar de segunda à sexta, das 8h às 18h, no térreo do terminal, tem a função de acolher não só as mulheres vítimas de violência que circulam pelo local como também a todas que procurarem o equipamento.
“A rodoviária é muitas vezes vista por essas mulheres como um local de fuga, mas nós queremos mudar isso. Aqui será um lugar de acolhimento, um ponto para fazer o primeiro atendimento às mulheres vítimas de violência”, afirmou Camilla Ferraz, presidente da Arsal. “A sala contará com advogado e assistente social para dar encaminhamento aos casos, e a recepção é feita por um mulher que já foi vítima de violência, e portanto, que conhece bem essa realidade”.
O governador Paulo Dantas foi representado na solenidade pela secretária de Estado do Gabinete Civil, Roseane Vasconcelos. Ela conheceu a nova estrutura, que conta com três salas e a recepção, e fez questão de ressaltar a preocupação do governador com o tema. “É um momento importantíssimo para o estado, inclusive para o governador Paulo Dantas, que faz questão de enfatizar a importância da mulher na sociedade e no próprio Governo. Hoje, a criação dessa sala é um exemplo. Aqui as mulheres vítimas de qualquer violência vão ser recebidas com carinho e proteção”, disse.
Para a coordenadora da Rede de Atenção às Violências (RAV), Camille Wanderley, a localização da Sala Lilás no terminal rodoviário é importante porque atende a uma população bastante carente. “Aqui é um ponto estratégico, e é mais um reforço em nossa rede de atendimento, que envolve a Delegacia da Mulher, hospitais, abrigos e outras áreas. O governador Paulo Dantas aposta nessa articulação intersetorial, envolvendo vários atores para melhor atender à população”, afirmou.
Segundo a RAV, mais de 5.600 pessoas transitaram pela rede de atenção às mulheres entre janeiro e julho deste ano. Quando o assunto é violência sexual, 75% dos casos em Alagoas tiveram registro pela rede. Isso, de acordo com Camille Wanderley, mostra que a estrutura que o Governo do Estado criou está cumprindo a missão de atender às vítimas de violência.
“É importante frisar que a Sala Lilás é apenas a porta de entrada das mulheres. Daqui elas são encaminhadas aos outros setores que integram a rede”, explicou. “Mas não basta que só o Estado faça o papel dele. A população civil precisa se engajar nessa luta, para dar uma qualidade de vida a essas mulheres que estão em vulnerabilidade ainda maior”, ressaltou Camille.
Além de atender as mulheres, a Sala Lilás vai promover palestras, seminários e apresentações culturais em outras rodoviárias de Alagoas. A Arsal ainda disponibilizou um número de Whatsapp para quem precisar de informação e atendimento, que vai funcionar 24 horas. É o 9 8833 4250.