A crise entre servidores públicos estaduais e o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) se agravou com os episódios registrados nesta quinta-feira, 19, em Maceió, onde prédios públicos foram depredados durante protesto dos grevistas. Coquetéis ‘molotov’ (bombas incendiárias) também teriam sido lançados por dois homens que estavam numa moto dentro de um anexo do quartel geral do comando da Polícia Militar.
A Secretaria de Segurança Pública de Alagoas informou na manhã desta sexta-feira, 20, que vai apurar os atos de vandalismo e se ficar confirmado que o ato foi cometido por manifestantes revoltados com o governo, eles serão severamente punidos.
O clima em Alagoas piorou após o gestor tucano ter declarado em entrevista coletiva que se os servidores não aceitarem a proposta de reajuste salarial em 7%, pago em duas parcelas, o valor da proposta retroagirá para os 5,91% oferecidos anteriormente. O governador deu até o dia 30 de maio para os servidores se posicionarem a respeito do assunto e muitas categorias já declararam que não vão aceitar os 7%.
As gargalhadas do governador
A postura do governador que chegou a gargalhar durante entrevista coletiva quando perguntado se também teria pressa para resolver o impasse com os servidores – pergunta lançada por um repórter que aproveitou o ‘gancho’ do lançamento do projeto “Alagoas Tem Pressa” – acendeu a ira do movimento unificado da greve em Alagoas, movimento que ganhou o reforço nesta sexta-feira dos peritos do Instituto de Criminalística, categoria que decretou paralisação por 48 horas em protesto contra a demissão da chefe do setor ligado à Secretaria de Defesa Social.
De acordo com o presidente da Associação dos Cabos e Soldados de Alagoas, cabo Wagner Simas, tudo isso que aconteceu é um jogada do governo para tentar colocar a população alagoana contra os servidores, que segundo ele, querem apenas melhores condições de trabalho e um reajuste salarial digno.
Os prédios públicos onde funcionam as secretarias do estado de Alagoas estão sendo vigiados por policiais do Batalhão de Operações Policiais (Bope) e da Radiopatrulha. A ação foi resultada pelos ataques registrados nesta quinta-feira, 20, onde prédios públicos foram parcialmente destruídos.