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Tempo na TV: Um Injusto Critério de Distribuição

Neymar é o melhor jogador brasileiro

Que não condiz um mínimo com o sentimento primário de justiça e igualdade de oportunidade. Quando as palavras pomposas como democracia e liberdade, que entre nós costumam carregar tão só o germe da demagogia, não tem outro efeito senão prostituí-las, não passando de um mero exercício de exibição. Por que o Brasil tem um número tão grande de partidos, nanicos na sua maioria, dispondo de estatutos que não passam de um mero formalismo? Quais são os fins de uma sociedade, por mais divergente entre si, que não comportem em dois três estatutos? Conclusão: vantagens pecuniárias graciosas e negociatas no período das convenções eleitorais.

Por que existem tantos partidos políticos no Brasil? Justifica-se? Foi consequência de um congresso nacional, com acentuadas crises de acefalia ou falta de seriedade, que permitiu que as duas vadias, liberdade e democracia os proliferassem? Ora, se permitiu que eles surgissem como plantas daninhas da mesma espécie, isto é, partidos políticos de um mesmo progenitor, têm, consequentemente, os mesmo direitos dos irmãos ricos. Veja-se o tempo disponível e divido-a em partes iguais para que cada qual tenha o direito de falar suas besteiras e mentiras. Não vemos por que os nobres parlamentares, desleixados, que deixaram a porteira aberta, vulgarizando a todo momento as duas respeitáveis senhoras, nomeando-as nas mais variadas discussões, nunca tiveram um mínimo de inspiração, em nome das mesmas, para atinar para a lógica e perceberem que igualdade e equidade de direitos são partes intrínsecas da democracia.

O que acontece, com tudo que é grande, os maiores partidos têm dificuldade de enxergar os nanicos. É uma miopia tradicional. Somente no período eleitoral, despertados pelo interesse, fazem algum esforço para chama-los a participar de suas coligações com um único objetivo: aumentar o tempo na televisão. Todos sabemos o poder da televisão para enganar e esclarecer o eleitor. Concluído o conchavo, tem início o famoso mercado persa no qual são feitos os negócios que vão do dinheiro, distribuição de cargos e outros bichos.

Há de fato, um número excessivo de partidos, trinta e cinco e outros em andamento. Inimaginável! De sindicato, nem é bom falar. Somos recordistas, 92 % dos sindicatos do mundo, ficando a anos luz do segundo colocado. Não sabemos se existe o de lavador de pinico. Se houver, não deve ser visto como absurdo. O interessante é que ambos têm algo em comum: sugar sem esforço o dinheiro público que deveria ter uma destinação social. Somos, quase todos, o país que buscar a vantagem em tudo.

A propósito do tema em tela, acompanhando o andamento das atuais convenções, há um caso que nos chama atenção, certamente pela sua natureza inusitada. O deputado Jair Bolsonaro, sem fazer coligação, dispõe apenas de oito segundos na tv, tempo suficiente para cumprimentar seus eleitores. O que desperta curiosidade é que ele é líder nas pesquisas de intenção de voto. Uma aberração! Por que falam tanto em igualdade de direitos, com tantas desigualdades nas fuças. São professores insuperáveis nas frases de efeito. Tão calejados na demagogia de forma tal que se transformam em desertos da lógica, a mestra que ensina a raciocinar para evitar as vergonhosas incoerências.

Enfim, as coligações para efeito de tempo na tv não germinou de uma brilhante criatividade, mas na aberração de uma inspiração alheia aos critérios do direito de igualdade.