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Tecnologia 5G no Brasil: um mundo de desafios e oportunidades

O Brasil está a caminho de se unir ao mundo da tecnologia 5G, graças à emissão de licenças para instalação de antenas no país. Com a chegada desta tecnologia, muitas indústrias se beneficiarão no curto prazo, no entanto, ainda há muito a ser feito para alcançar os países vizinhos do México e do Uruguai.

O que é o 5G e o que ele pode oferecer?

Em termos simples, o 5G é a quinta geração de internet móvel que promete velocidades de upload e download 10 a 20 vezes mais rápidas do que existe na atualidade. Essa nova tecnologia pode mudar nossas vidas tornando a comunicação móvel mais rápida e estável, aproveitando melhor o espectro de rádio e permitindo que mais dispositivos acessem a Internet móvel ao mesmo tempo. Neste contexto de radiofrequência, a Anatel propôs o espectro de 2,3 GHz para a rede 5G no Brasil em agosto de 2018, com a intenção de implementar seu uso no segundo semestre deste ano de 2019, tornando-se o início de um longo caminho a implementação desta tecnologia. É importante ressaltar a importância da tecnologia 5G no país, pois, seu uso beneficia muito mais que a estabilidade nas ligações telefônicas. Por exemplo, uma conexão com a Internet 10 vezes mais rápida e estável, pode ser o maior diferencial no tempo de resposta em casos de vida ou morte, como, por exemplo, permitir o desempenho de cirurgias à distância por meio de robôs gerenciados por médicos especialistas. No mundo do entretenimento, múltiplas plataformas também poderiam se beneficiar para dar um melhor serviço a seus usuários, desde serviços de streaming como Netflix, Spotify e até plataformas como Betway caça-níqueis online que permitem jogos multijogar, obtendo uma melhoria na conectividade de suas plataformas móveis e proporcionando melhores opções de entretenimento. Por sua vez, outro dos meios que se beneficiaríam imediatamente com a chegada da tecnologia 5G ao país é o transporte. Assim como o compartilha a plataforma Terra, Curitiba já testa tecnologia para ônibus autônomos fabricados na China, que, por meio de câmeras capazes de captar imagens de 360 graus ao redor do veículo, identificam e interpretam todas as variáveis envolvidas na condução, como limites de velocidade, cor dos semáforos e sinalização da estrada. Sem uma conexão de internet 5G, tecnologias como este ônibus simplesmente não poderiam se tornar uma realidade.

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O caminho para a chegada do 5G no Brasil

Após do que no segundo semestre de 2018, a Agência Nacional de Telecomunicações abriu a consulta para o uso do 5G, foram iniciados testes laboratoriais com a intenção de descartar ou mitigar possíveis interferências com outros sinais de radiofrequência próximos a previamente mencionada faixa dos 2,3 GHz. No entanto, os especialistas do Comitê de Uso de Órbita e Espectro da Anatel destacaram a banda de 3,5 GHz como a porta de entrada para as redes de alta velocidade da quinta geração de telefonia móvel. Apesar desta conotação positiva que foi dada à banda de 3,5 GHz, se deve considerar o risco de interferência nesta faixa, devido às mais de 20 milhões de antenas parabólicas que existem no país e que poderiam prejudicar a conexão dentro desta banda. Após das considerações prévias e de muitos meses de análise, a Anatel finalmente aprovou as frequências de 2,3 e 3,5 GHz, como aquelas que serão utilizadas para a 5G no Brasil, baseando essa decisão no fato de que a banda dos 2,3 GHz é a que está alinhada com os sistemas globais de telecomunicações móveis internacionais, além da ideia anterior do aumento de velocidade oferecido pela banda de 3,5 GHz. Depois que as licenças a serem usadas para usar 5G no país foram finalmente selecionadas, até o início de junho o atraso na emissão de licenças para antenas, ameaça a instalação da rede 5G no Brasil, já que esse processo burocrático está demorando mais tempo do que deveria. Como exemplo, a cidade de São Paulo liberou a permissão para a instalação de 10 antenas no período de um ano, insuficiente para atender a demanda de uma das maiores metrópoles do mundo, embora atualmente o Brasil tenha um déficit de 100 mil antenas para comunicar adequadamente toda a população do país.

Em abril deste ano, a Coreia do Sul tornou-se o primeiro país a lançar uma rede 5G em todo o seu território, superando os Estados Unidos e a China nesse contexto tecnológico. Na América Latina, o Uruguai lançou sua primeira rede comercial 5G em meados de junho, enquanto o México deverá fazer o mesmo em 2020. Por seu lado, a empresa chinesa Huawei já se posicionou como o principal concorrente para implementar a tecnologia 5G no país, mas terá que esperar por melhorias na legislação que atrasou a instalação de antenas no território brasileiro, deixando o Brasil, pelo menos dois anos atrás do México no uso desta tecnologia.