×

Artigos

Tanto horror e iniquidade

O país inteiro está acompanhando as notícias sobre o desaparecimento e assassinato da jovem Eliza Samudio, uma garota de vida indefinida e que a imprensa, à falta de melhor identificação, chama de ex-modelo. Morena de formas exuberantes, despertou o desejo do goleiro do Flamengo e, ao que tudo indica, cuidou logo de engravidar, deixando-o furioso. A relação entre ambos, após a gravidez, se tornou violenta com a moça acusando o jogador de agredi-la fisicamente e, inclusive de tentativa de aborto. Até aí, o caso já tinha muita repercussão na mídia, porém os acontecimentos posteriores desafiaram a lógica, parecendo até o roteiro de um improvável romance policial.

Ficamos perplexos ao saber que Eliza foi atraída por Bruno e seu amigos à Minas Gerais, seqüestrada e assassinada. Os detalhes do assassinato da jovem chocaram a todos, pois ela teria sido esquartejada e suas carnes lançadas para famintos cachorros devorarem. Os ossos teriam sido enterrados em local até agora não identificado, embora já estejam presos Bruno, sua mulher e vários amigos. Todos os detalhes do crime são estarrecedores, assim como é incompreensível que o jogador vivesse cercado de rudes criminosos, mesmo ganhando tanto dinheiro.

Os jogadores brasileiros, geralmente de origem muito humilde, logo que chegam ao estrelato sempre procuram a assessoria de alguém que lhes dê o mínimo de discernimento para se equilibrar emocional e culturalmente diante do maravilhoso e perigoso mundo das celebridades e do dinheiro. Cercado de amigos da qualidade de Macarrão e Bola, o goleiro fazia carreira a passos largos para algum tipo de desastre. Bingo! Não deu outra. Um crime hediondo!

Diante desse caso de Bruno, fico a me perguntar: Porque tanto horror e iniqüidade?

A continuarmos assim, não duvido que surja nos céus, entre as nuvens negras, um enorme Zeppelin e que seu comandante acione seus milhões de orifícios, para despejar bolas de fogo sobre a terra e temo que não haja nenhuma Geni para nos salvar, como na música de Chico Buarque.