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Cultura

Talento cedido à chegança e ao pastoril

Mestre Zé Hum apresentando seu talento no pandeiro

Ele se notabilizou em Coqueiro Seco e redondezas, ao emprestar seu talento de pandeirista à Chegança e ao Pastoril e por causa de um curioso apelido que ganhou fama na região. “Por volta de 4 ou 5 anos de idade, eu tinha mania de fazer ‘hum, hum’ em tudo que minha mãe me dizia ou perguntava. Daí, me puseram o apelido de Zé Hum”, explica José Gomes Pureza, o famoso mestre Zé Hum, um dos mais novos mestres do Registro do Patrimônio Vivo de Alagoas.

Aos 71 anos, mestre Zé Hum conta que se apaixonou pela Chegança e Pastoril quando contava 15 anos de idade. “Via dois tocadores de pandeiro em ação, o Tatá e o Luís da Betila, gostei e passei a tocar até hoje”, relembra mestre Zé Hum.

Esse puxador das cantorias da Chegança e do Pastoril tornou-se autodidata e ainda hoje, ensina com entusiasmo jovens sobre o manejo e os segredos do pandeiro. E o mais importante – a preservar a cultura popular na região com os folguedos populares.

Quando questionado sobre qual dos folguedos embala mais forte seu coração, Zé Hum não pestaneja. “A minha preferida é a parte da remada, na Chegança”, confessa.

A Chegança – seu folguedo predileto – conta episódios relacionados à vida no mar e Zé Hum agora também está eternizado nas “ondas” do reconhecimento à sua obra e contribuição, não no mar. Ele está bem vivo na memória de toda a gente simples, aqui em terra firme, onde os passos da Chegança e do Pastoril insistem em guardar nossa memória.

“Foi um dos dias mais felizes da minha vida”, resumiu o mestre, sobre a conquista do título de mestre do Patrimônio Vivo de Alagoas.