
O Sistema Único de Saúde (SUS) completa agora 21 anos de existência, mas quem tem motivos para comemorar são brasileiros como o escriturário aposentado Gilberto Ramalho Xavier que, ganhou vida nova graças a um transplante realizado com recursos do SUS no centro cirúrgico da Santa Casa de Maceió. O alagoano recebeu um segundo coração em transplante realizado pelo cardiologista José Wanderley Neto.
Mas o alagoano Gilberto Ramalho não está só. Ele é um dos 140,7 milhões de brasileiros que utilizam o SUS – parcela que representa 75% da população do país. Segundo dados de 2008 do Ministério da Saúde, o SUS realiza 178 mil procedimentos de alta complexidade por ano, dentre eles 15 mil transplantes de órgãos por ano; além de responder pelo tratamento e pelo fornecimento de medicamentos a 184 mil pacientes que possuem o vírus da AIDS; promover campanhas de vacinação e ações de vigilância sanitária, atendendo a mais de 90 milhões de brasileiros por meio de 28 mil equipes de Saúde da Família. Para se ter uma idéia, 97% das hemodiálises são realizadas pelo SUS.
O secretário estaudal de Saúde, Herbert Mota, afirmou que o SUS realiza a maior parte dos procedimentos de alta complexidade do País, investindo em centros de referências como a Santa Casa de Maceió, e beneficiando inclusive quem tem plano de saúde. “Existem problemas pontuais, mas o SUS vem cumprindo sua missão.”
Hospitais tem prejuízo com a tabela do SUS
Se por um lado o SUS atende aos critérios da universalização da saúde, investindo em equipamentos de ponta e financiando procedimentos de alta complexidade, como o transplante de órgãos, por outro existe um grande déficit na tabela que remunera prestadores de serviço, como a Santa Casa de Maceió.
O provedor Humberto Gomes de Melo cita como exemplo o tratamento de pacientes que sofreram acidente vascular cerebral (AVC), o popular derrame.
Em 2008, o valor pago por cada uma das 128 internações na instituição foi de R$ 2.021,76. Já o custo de cada tratamento ficou na casa dos R$ 7.840,47, ou seja, uma diferença de R$ 5.818,71 e um prejuízo total de R$ 744.795,00.
“Para cobrir este déficit, entidades filantrópicas como a Santa Casa de Maceió tiveram de recorrrer a receitas de convênios e particulares” disse o provedor. Ele destacou os reajustes promovidos pelo ministro da Saúde José Gomes Temporão na tabela do SUS, mas frisou: “Precisamos avançar mais”.