Os agricultores familiares vinculados à Cooperativa Agropecuária de Campo Grande (Cooperagro), que reúne produtores de farinha de mandioca de toda a Região Agreste, já sabem quanto vão fornecer para a rede varejista: serão adquiridos, inicialmente, 12 mil quilos por semana. Até o final deste mês, o produto estará nas prateleiras à disposição do consumidor.
Mas, de acordo com o presidente da Associação dos Supermercados Alagoanos (ASA), Raimundo Barreto de Souza, essa quantidade é apenas simbólica para dar início às compras. “Pode aumentar muito ainda, até porque outras redes vão fazer a adesão”, frisou.
A quantidade de farinha de mandioca que os supermercados vão adquirir da Cooperagro foi definida durante uma reunião na tarde desta segunda-feira (11), na sede da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), em Maceió.
Segundo o presidente da Cooperagro, Eloísio Lopes Júnior, a capacidade de produção da cooperativa é de 25 mil quilos por semana. “Mas pode haver sim um aumento de produção, dependendo apenas da demanda pelo nosso produto”, destacou Eloísio Júnior.
Para o secretário de Estado da Agricultura, Jorge Dantas, esse programa de apoio ao agricultor familiar para que ele acesse a rede varejista vai servir de exemplo para todo o Brasil. “Primeiro o governo federal lançou o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), depois do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e agora a inclusão dos produtos da agricultura familiar nos supermercados”, explicou Dantas.
“Foi por esse engajamento do Governo do Estado em fazer essa articulação, na capacidade de organização dos agricultores alagoanos e na sensibilização da rede varejista que a presidente Dilma Roussef vem fazer o lançamento desse programa aqui em Alagoas”, frisou o secretário.
Outro ponto que ficou definido na reunião desta segunda-feira (11) foi a logística de distribuição da farinha. O produto será distribuído pela Cooperativa Pindorama, que atualmente já leva seus produtos a 2,5 mil pontos de distribuição em todo o Estado.
“A Cooperagro vai levar a farinha até a sede da Pindorama, em Coruripe, e de lá nós vamos fazer toda a logística, vamos dar o mesmo tratamento que damos aos nossos produtos”, destacou Daniel Lavenère, gerente da Pindorama.
Qualidade comprovada
Segundo Eloísio Lopes Júnior, a farinha de mandioca produzida pelos agricultores familiares da Região Agreste já tem qualidade comprovada em laboratório, de acordo com portaria definida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“Nossa farinha é do Tipo 1, média branca, ou seja, com granulometria média”, detalhou o presidente. Ainda na reunião, ficou definido também que os supermercados que aderirem ao programa terão um banner indicativo de que aquele produto é tipicamente alagoano e oriundo da agricultura familiar, além da especificação do saco de um quilo.
A previsão é que o quilo da farinha chegue ao consumidor final, na prateleira dos supermercados, entre R$ 1,60 e R$ 1,70. Já garantiram adesão ao programa e definiram a quantidade inicial que será comprada as seguintes redes: Casa Nova Alimentos, Wal Mart, Cesta de Alimentos, Mercadinho Alimentos, Supermercado Roda Viva, Unicompra e Nossa Compra.
A reunião na sede da Seagri contou com a participação do presidente da Cooperativa Pindorama, Klécio José dos Santos, do secretário de Estado Adjunto da Agricultura, José Marinho Júnior, a superintendente de Fortalecimento da Agricultura Familiar, Inês Pacheco, o superintendente da Conab em Alagoas, Elizeu Rego, e o gestor do Arranjo Produtivo Local (APL) de Mandioca, Nelson Vieira.