O diretor do Hospital Geral do Estado (HGE), Carlos Alberto Gomes, contestou, na tarde desta terça-feira(19), as declarações do diretor do Hospital Universitário, Paulo Teixeira, de que as unidades da rede pública estadual não estão dando a atenção necessária para combater a Acinetobacter baumannii, uma bactéria multirresistente, que atinge principalmente pacientes que estão com a imunidade baixa. Ele declarou que de 349 pessoas que estão internas no HGE, apenas oito estão com a bactéria multirresistente e se encontram isoladas e em tratamento.
De acordo com o diretor do HGE, todas as medidas foram adotadas pela unidade hospitalar, desde que foi detectado o primeiro caso de paciente infectado com a acinetobacter, em julho do ano passado. Segundo ele, a informação de que a cultura bacteriana não é feita com rigor não procede.
“Todo o material coletado dos pacientes com processo infeccioso é encaminhado para exame no Centro de Patologia e Medicina Laboratorial (CPML), da Universidade de Ciência da Saúde de Alagoas (Uncisal), com a finalidade de determinar o microorganismo responsável pelo quadro e adotar as medidas de tratamento e controle”, explicou.
Ainda em relação às declarações do diretor do HU, Carlos Alberto, questionou como explicar o caso dos recém-nascidos infectados, tendo em vista que dos 10 que contraíram a acinetobacter, nove nasceram na maternidade do Hospital Universitário.
Ele lembrou que o HGE é um estabelecimento hospitalar com perfil de urgência e emergência e não atende a gestantes. Ele também o hospital atende a pacientes que não deveriam ser encaminhados para a unidade, como os pacientes oncológicos tratados nos Centros de Alta Complexidade em oncologia (Cacon’s).
A Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar do HGE, conforme explicou o diretor Carlos Alberto Gomes, ao detectar o primeiro caso de contaminação pela Acinetobacter baumannii, registrado no ano passado, de imediato elaborou um manual tomando como base as normas técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para o controle de bactérias multirresistentes no Hospital Geral.Pelo manual de Investigação e Controle de bactérias da Anvisa, nenhuma unidade hospitalar poderá se recusar a atender os pacientes transferidos que comprovadamente são infectados ou colonizados.
O diretor do HGE tranquiliza a população. Ele afirma que não deve ser criada uma situação de pânico, tendo em vista que a Acinetobacter é uma bactéria que está presente nas unidades de saúde, mas só é letal nos pacientes que estão com o quadro imunológico precário. Segundo o diretor, quando é diagnosticado um caso no HGE, todas as medidas são adotadas, colocando os doentes em leitos isolados e devidamente tratados por uma equipe multiprofissional treinada e que utiliza Equipamentos de Proteção Individual(EPIs) específicos.