Uma operação pronta para ser executada. É assim que está o socorro aos municípios em estado de emergência por causa da seca. A barreira a ser vencida é a liberação dos recursos do governo federal, através do Ministério da Integração, ou, de forma provisória, do Fecoep, assegurou o Major Moisés Pereira, Coordenador Estadual de Defesa Civil. Amanhã uma comissão de prefeitos vai a Brasília tentar vencer as barreiras com o Ministério da Integração e Fazenda para a liberação dos recursos. ” Esse é o período mais crítico da seca. Fome e sede não podem esperar “, disse o presidente da AMA, Marcelo Beltrão. O plano de trabalho enviado pela Defesa Civil, na ordem de R$ 10 milhões prevê a contratação de 200 pipeiros para abastecer as cidades e uma empresa de georeferência para controlar via satélite a captação e distribuição da água.
A reunião, que reuniu na Associação dos Municípios Alagoanos – AMA – todos os órgãos envolvidos, definiu estratégias de trabalho como reavaliação da população envolvida para que o Exército possa ampliar a oferta da operação Pipa, aceleração de obras por parte da Semarh como recuperação de nascentes, de poços e implantação de dessanilizadores e aumento da fiscalização para evitar o furto de água nas adutoras existentes.
Com dificuldades financeiras os municípios não têm mais como continuar bancando a conta para evitar o desabastecimento nas cidades. A Operação do Exército dispõe de apenas 166 caminhões para um público estimado de 415 mil pessoas e para a oferta leva em conta a medida de 20 litros por habitante, ” o que está muito abaixo do que preconiza a Organização Mundial de Saúde, diz o prefeito Jorge Dantas, que garante ser de 140 litros essa necessidade. Segundo o Capitão Melo Miranda, o 59 BIMtz apenas executa a operação com as estratégias traçadas, mas o momento é ideal para a atualização dos dados. Ele também garantiu que toda a programação de distribuição passará a ser encaminhada aos coordenadores municipais e prefeitos para controle e fiscalização.
A situação se agrava nas cidades, mas, também no campo diz o prefeito Avânio Feitosa, que participa da Comissão da Seca. Como o abastecimento é prioritário para zona urbana a economia da região, focada na agropecuária, está em alerta. ” É preciso que as ações tenham foco nas pessoas e na economia”, complementou. Com o atraso no reconhecimento dos decretos de emergência, Alagoas também ficou de fora do programa do milho distribuído pela Conab. ” Uma situação difícil de ser resolvida a curto prazo”, disse o superintendente Elizeu Rego. Sem o subsídio, o preço para o produtor subiu para R$ 32,00, o que inviabiliza a compra com o atual valor recebido pelo litro do leite, em torno de R$ 0,60 centavos.
Durante a reunião, o presidente da Casal, Clécio Falcão recebeu do presidente da Uveal, Hugo Wanderley uma fotografia em tempo real, mostrando o furto de água. “Um problema recorrente, denunciaram as prefeitas Esther Damasceno e Santana Mariano, de Major Isidoro. “A água que não chega à população está beneficiando apenas algumas pessoas que estão construindo caixas particulares e abastecendo com o furto”, afirmaram. A situação mais grave está no trecho Batalha – Major Isidoro – Cacimbinhas.
Enquanto a operação do Exército não é ampliada e a estadual executada, os prefeitos vão continuar bancando a conta para evitar o caos no Sertão alagoano.
