Adolescentes que cumprem medidas socioeducativas na Unidade de Internação Masculina Extensão (UIME) tornaram-se atores nesta quarta-feira (13) para interpretar a Paixão de Cristo e recriar os últimos acontecimentos do ministério de Jesus na terra, celebrando a Sexta-feira Santa. O espetáculo foi apresentado no Complexo Socioeducativo para uma plateia formada por servidores da Superintendência de Medidas Socioeducativas (Sumese).
“A realização da peça foi um grande desafio para os adolescentes, que nunca tiveram uma experiência como esta. Mesmo assim, eles deram tudo de si nos ensaios e mostraram disciplina e comprometimento com a atividade proposta. Foi um trabalho muito bonito que envolveu toda a superintendência, desde o setor pedagógico até as equipes técnicas e de segurança”, disse o educador social Messias Peixoto, responsável pela oficina de teatro.
O socioeducando T.E.S.S., de 17 anos, protagonizou o espetáculo e comentou o desafio de representar Jesus. “Foi uma responsabilidade muito grande, pois Jesus foi um homem santo que morreu pelo perdão dos nossos pecados. Só tenho a agradecer por esta oportunidade de mostrar também a minha transformação pessoal”, disse. Para o superintendente de Medidas Socioeducativas, Otávio Rego, a produção foi uma oportunidade de trabalhar a cooperação e a interação social entre os adolescentes. “Buscamos integrá-los socialmente e estimular o trabalho conjunto, recursos importantes que serão usados por eles após o cumprimento da medida. Com isso estamos preparando nossos adolescentes para a vida lá fora”, afirmou.
O supervisor de Esporte, Cultura e Lazer da Seprev, Thiago Éric Santos, destacou que a produção marca o retorno das atividades culturais coletivas após dois anos de suspensão por causa da pandemia. “Nós estávamos impossibilitados de reunir um número maior de pessoas e trabalhar a cultura de forma ampla dentro do sistema socioeducativo, e a Paixão de Cristo assinala essa retomada. Esta é a segunda edição do espetáculo que agora conta com novos adolescentes envolvidos na atuação”, afirmou.
Ele ressaltou ainda que a mensagem da ressurreição de Cristo motiva os adolescentes que conflitaram com a lei a refletir sobre a mudança de vida. “A própria história da peça traz essa mensagem de fé, de renovação, e provoca o socioeducando a buscar novas perspectivas para si e para o mundo que o cerca. É uma lição muito forte, que impactou não só os adolescentes, mas todos os servidores que tiveram o privilégio de assistir à peça”, afirmou.